Greve na Comcap: contribuinte de Florianópolis é refém

O contribuinte em Florianópolis é refém da greve dos servidores da Comcap, considerada ilegal nesta terça-feira (16) pela justiça. A paralisação dos trabalhadores da companhia responsável pela limpeza urbana e recolhimento de resíduos na capital já faz parte do calendário de eventos da cidade. É algo tão previsível como o show de fogos no réveillon da Beira-Mar Norte e os congestionamentos na temporada de verão. 

O sindicato aponta descumprimento de acordo. A prefeitura alega que a crise fiscal é grave e é preciso ter calma. O sindicato coloca como reivindicação, também, pontos que estavam fora do acordo, o que é oportunismo. Em contrapartida, o que está acordado deve ser respeitado, mas há a ponderação de que a crise é real e quem tem estabilidade e ganha acima do valor de mercado precisa ter bom senso também.

Não é fácil. O serviço prestado pela Comcap é muito bom, mas custa caro. 

A Associação Comercial de Florianópolis (Acif) divulgou nota em que defende a privatização da companhia:

A greve dos servidores da Autarquia de Melhoramentos da Capital (Comcap), iniciada na manhã desta segunda-feira (15), reforça a necessidade urgente de sua privatização. A entidade considera que, diante de uma crise social, econômica e sanitária jamais imaginada, devido à pandemia da Covid-19, os motivos não se justificam, já que não representam perda de direitos, mas apenas o adiamento de metade do 13º salário e do pagamento de um terço de férias. Em um momento mais do que inadequado – e, mesmo com a sinalização da Comcap em atender a estes pleitos, os funcionários decidiram por continuar com a greve.

Atualmente, a Comcap está deficitária, inchada em sua estrutura e com boa parte de seu orçamento comprometido com a folha dos servidores. Por outro lado, a ACIF destaca que, privatizada, a autarquia teria todas as chances de oferecer uma coleta mais eficiente e sem onerar ainda mais os cofres municipais, como ocorre em outros municípios catarinenses.

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