A greve na Comcap é um tiro no pé de quem defende a empresa pública. A estratégia do Sindicato dos servidores municipais (Sintrasem) é arriscada e pode acabar jogando a população contra os trabalhadores. 

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Imagine o leitor que mora no Centro de Florianópolis e a mãe dele reside em Canasvieiras. Na casa do filho, não haverá coleta de lixo, que se acumula na calçada com o prolongamento da paralisação. Já para a mãe, que vive no Norte da Ilha, está tudo certo e o lixo segue sendo coletado.

Pode criar na população a percepção de que a terceirização do serviço é o melhor caminho. Onde há empresa privada recolhendo o lixo (Continente e Norte da Ilha) o trabalho segue normalmente. No restante da Cidade (Comcap), o lixo se acumula na calçada, atrai animais, provoca mau cheiro e obstrui a passagem de pedestres. É isso que ocorre se a paralisação continuar. 

De uma forma simplista, porém objetiva: quem será que ficará mais contente neste cenário ? O filho que mora no Centro e está com os resíduos acumulando na calçada, pois os trabalhadores estão em greve, ou a mãe, em Canavieiras, que não percebeu alteração alguma na coleta?

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A greve começa na véspera de um feriado,  sexta-feira é sextou e,  depois, vem o final de semana. Não havendo avanço nas negociações, a tendência é que parte da cidade ficará um caos no feriadão que tem Fenaostra e Folianópolis. 

O trabalho da Comcap é excelente, a prefeitura aponta que a terceirizada sai mais barato e está indo bem. O custo da coleta de uma tonelada de resíduos pela empresa terceirizada é de R$ 207,00 e da Comcap, R$ 420,00, segundo o Executivo Municipal.

Topázio Neto propõe inflação do período e uma agenda de negociação para outras cláusulas, mas somente com o fim da greve. A prefeitura deveria, também, mostrar à sociedade para onde vai o dinheiro que sobra com a contratação da terceirizada para recolher o lixo. Creches, pavimento, postos de saúde? Seria uma forma do cidadão ver a relação de causa e efeito.

Por enquanto, temos a decisão da Justiça que determinou a retomada de 100% das atividades. Resta saber se o Sintrasem irá cumprir.

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