O governo do Estado irá prorrogar por mais uma semana a medida administrativa de destinar 500 policiais militares (PMs) dedicados exclusivamente na fiscalização de aglomerações e festas clandestinas durante a pandemia. O anúncio deve ocorrer após a reunião desta quarta-feira (10) do governador Carlos Moisés, Federação Catarinense de Municípios (Fecam) e prefeitos das maiores cidades de Santa Catarina.

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O foco é coibir atividades que não estejam cumprindo as regras. Os 500 policiais estavam atuando na temporada de verão 2020/2021 e fazem parte dos mil aprovados no concurso de 2019.

A coluna apurou que não vai partir do centro administrativo nenhuma proposta de lockdown total ou parcial. O governo aposta no reforço da fiscalização, restrições mais rígidas nos finais de semana e ampliação da rede hospitalar. Epidemiologistas apontam que estas medidas são insuficientes para conter o avanço da pandemia que está em seu estágio mais crítico desde o início do ano passado. Uma opção que deve estar no debate é limitar o horário das atividades na parte da noite, estabelecendo um padrão estadual para o horário de fechamento de bares e restaurantes, por exemplo. Várias prefeituras já adotaram horários à noite mais restritivos do que os estabelecidos pelo Estado.

Nos bastidores, o governo tem convicção de que irá sofrer críticas duras por qualquer decisão. Com lockdown, a pressão vem do setor produtivo e da maioria da Assembleia Legislativa (Alesc). Sem medidas mais duras, a crítica parte dos médicos, pesquisadores e hospitais. O governo aposta alto, mais uma vez, mesmo sabendo que o custo disso pode vir em vidas perdidas.

Uma medida confortável para o Poder Executivo é esperar o Ministério Público (MP-SC) ingressar na justiça pela suspensão das atividades não essenciais por 14 dias. O MP estuda a possibilidade não é de hoje, mas deu um “voto de confiança” para esperar se as ações implementadas pelo Estado vão trazer resultado positivo.

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Santa Catarina registrou nesta terça-feira (9) novas 109 mortes por covid-19, o número mais alto registrado num único boletim da Secretaria de Estado da Saúde em toda a pandemia, apurou o colega Cristian Edel Weiss.

Atualmente, 395 pacientes aguardam por vaga em UTI em Santa Catarina.

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