Um relatório elaborado pela Diretoria de Contas de Gestão (DGE) do Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC) identificou fragilidades na modalidade de transferência voluntária especial, realizada pelo governo do Estado aos municípios. O modelo ficou conhecido como “transferências PIX” no repasse de verbas do Poder Executivo às prefeituras através do Plano 1000.
Continua depois da publicidade
Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp
A sistemática para o repasse de recursos apresenta dois pontos críticos, de acordo com a área técnica: a precariedade de procedimentos de acompanhamento e fiscalização das transferências especiais realizadas e a ausência de mecanismo de transparência na disponibilização de informações sobre o repasse e fiscalização dos recursos.
O relatório também sugere determinar cautelarmente à Secretaria de Estado da Fazenda (SEF/SC) a suspensão dos pagamentos até que se apresente comprovação da criação de ferramenta que possibilite o controle efetivo, com a devida transparência, das operações realizadas.
Ainda segundo o processo, a falta de ferramenta que apresente de forma consolidada e detalhada todas as transferências em tramitação, os valores e dados de prestação de contas, prejudica o exercício do próprio controle administrativo e o exercício do controle externo exercido pelo Tribunal de Contas, bem como o controle que deve ser exercido pela sociedade.
Continua depois da publicidade
O parecer com as respectivas sugestões da área técnica será analisado pelo Pleno do TCE/SC.
No momento, as transferências estão suspensas em função da lei eleitoral.
O relatório técnico do TCE aponta que desde mudança na Constituição do Estado até abril de 2022, o Estado de Santa Catarina já repassou aos seus municípios, mediante transferência especial, a quantia de R$ 16.241.128,79, conforme planilha elaborada pela Diretoria de Contabilidade e Informações Fiscais (DCIF/SEF).
A coluna informou, em dezembro de 2021, que havia uma preocupação nos órgãos de controle, de que a aprovação na Alesc, em junho do ano passado, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 2/2021, de autoria do Poder Executivo, que facilita o repasse de recursos do Estado para os municípios catarinenses, reduziria o poder de controle sobre o caminho desse dinheiro.
O Plano 1000 tem o mérito de repassar verba aos municípios para obras esperadas há anos e melhorias nas cidades, e com recursos próprios, sem financiamento. Embora não haja denúncia de corrupção ou desvio, age bem o TCE em buscar o aprimoramento e transparência maior nas “transferências via PIX”.
O governo de SC foi procurado pela coluna e se manifestou, confira:
A exigência de um sistema que traga mais transparência às transferências especiais é de conhecimento da secretaria da Fazenda, que está trabalhando nesse processo. O que acontece é que por questões burocráticas, o sistema ainda não foi finalizado.
Continua depois da publicidade
Mas todas as exigências do TCE com relação a isso serão integralmente atendidas no mais curto espaço de tempo possível.
Acrescentando que todos os convênios firmados por meio do Plano 1000 foram publicados no Diário Oficial do Estado.
Leia mais:
Pesquisa em SC contraria tendência nacional e mostra indefinição do eleitor
“Valores antagônicos”, reafirma Acif ao barrar partidos de esquerda de projeto da entidade