As falas do presidente Jair Bolsonaro não vão prejudicar a vinda de insumos da China que são necessários para a produção de vacinas no Brasil. A opinião é de Henry Uliano Quaresma, especialista em comércio com o país asiático, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico (SC) e autor do livro “ O Fator China e os Novos Negócios”.
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“Na verdade se politiza muito essa questão das vacinas. Na minha avaliação não há relação direta entre os atrasos e as posições políticas. As posições políticas para serem avaliadas com seriedade na China precisam ser muito consolidadas, não é algum comentário ou algo momentâneo que se fala que vai provocar o atraso no envio de vacinas”, analisa o executivo.
Na última quarta-feira (5), Bolsonaro sugeriu que a China se beneficiou economicamente com a pandemia e afirmou que o vírus pode ter sido criado em laboratório. Essa teoria não apareceu na apuração da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre as possíveis origens da Covid-19.
“É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou por algum ser humano ingeriu um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês.”
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O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, acredita que os ataques do Governo Bolsonaro à China já provocam atrasos e reduções na entrega das matérias-primas necessárias para a produção das vacinas. Segundo ele, só há doses disponíveis de Coronavac, o principal imunizante usado no país, até o próximo dia 14 de maio. O Butantan tinha a expectativa de receber uma nova carga de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) até esta segunda-feira (10), data que foi postergada para o dia 13 de maio.
A quantidade da remessa também reduziu. Antes eram esperados 6.000 litros e agora baixou para 2.000 litros. “Claramente tem aí mudanças que não são mudanças de produção do Sinovac (Laboratório chinês parceiro com o Instituto ), mas sim consequências da falta de alinhamento do Governo Federal”, afirmou Covas.
O Brasil produz apenas 5% do IFA consumido no país. Atualmente, 90% de todo insumo usado no Brasil vem da China ou da Índia, que são os maiores produtores mundiais.
Ouça a entrevista:
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