Santa Catarina precisa se debruçar sem ideologias, de forma técnica e com maturidade para o leilão dos campos de petróleo no litoral catarinense marcado para outubro pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). De um lado, entidades ambientais traçam o pior cenário com a possibilidade da extração de petróleo em águas catarinenses. Apontam demissões em massa, comprometimento da indústria pesqueira e do turismo.

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Técnicos do assunto, entretanto, dizem que não há motivos para que deixemos de utilizar essa matriz energética e que pode render bilhões de reais em royalties.

“O petróleo hoje tem uma tecnologia avançadíssima. Não é mais aquela imagem  de uma bomba no meio do deserto jorrando óleo para tudo quanto é lado. Hoje existem normas bem exigentes e as regras precisam ser cumpridas e feitas as suas compensações. Com estas regras cumpridas a extração é muito segura. Trata-se de uma riqueza que precisa ser explorada. Se não usamos isso hoje, iremos perder essa riqueza embaixo da terra. O petróleo gera muitos recursos em royalties, cria um ambiente de geração de empregos e novas empresas. Quando nós temos o radicalismo isso é prejudicial, perdem o Brasil e os brasileiros”, explicou Pedro Rodrigues, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura.

Ouça a entrevista com Pedro Rodrigues, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura:

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Já o professor Daniel Bettú, do Departamento de Engenharia de Petróleo da Udesc, em Balneário Camboriú, diz que a demanda por petróleo ainda irá crescer nos próximos 20 anos e que há necessidade de ampliar a produção em 20%, inclusive para a confecção de insumos para a operação de energias limpas e sustentáveis. O petróleo, de fato, não é a energia do futuro. Investir em matrizes energéticas renováveis é o caminho. Mas, se há mercado para os próximos 20 anos, não há por que abrir mão dessa riqueza cujos recursos podem estar carimbados para saneamento, saúde e educação, por exemplo.

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