A história se repete. Santa Catarina, que está entre os estados com mais registros de manifestações climáticas extremas, passa por mais um momento de apreensão e medo pelo que virá nas próximas 48 horas, com previsão de até 200 mm de chuva em várias regiões. 

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De fato, avançamos muito no sistema de alerta, fundamental para informar a população do que virá pela frente e como se proteger. O modelo não é perfeito, mas há um progresso em identificar os fenômenos climáticos que possam trazer algum risco às comunidades e transmitir o recado sobre os procedimentos. Em perspectiva histórica, nem todos foram identificados, depende muito, também, do tipo de equipamento que há à disposição e equipes para interpretar o modelo.

Mas não está no relato acima o maior problema. Tampouco no pós tragédia, quando forma-se uma rede de solidariedade e o próprio poder público se mobiliza na retirada das famílias, acolhimento e recuperação dos estragos, muitas vezes, é verdade, mais demorado do que o esperado.

O nosso problema está na prevenção. Essa é a parte mais difícil. É preciso considerar que não há como evitar o impacto, por exemplo, de uma grande enchente que supere os 200 mm. Todavia, o que se pode fazer é mitigar os efeitos dos fenômenos climáticos. Reduzir o quanto que o fenômeno irá impactar na vida da população.  E isso é possível de várias formas.

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FOTOS: Fortes chuvas causam estragos em cidades de SC

Preservar as matas ciliares, evitar ocupações em áreas de risco e  investir em sistemas de drenagem e reservatórios (fazendo manutenção dos mesmos de forma permanente).

As obras estruturantes também são fundamentais. Barragens e taludes nas estradas. 

O nosso maior problema é a prevenção em planejamento urbano e ocupação territorial, impermeabilizando em demasia o solo e não pensando em moradia social.

À população, cabe ter responsabilidade com os resíduos e não fazer do meio ambiente um depósito. O projeto limpeza dos mares, da Acatmar, retira toneladas de lixo dos rios e do mar. São sofás, geladeiras e muito plástico.

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Ao poder público,  cabe fazer a manutenção periódicas dos sistemas de drenagem. Inadmissível, entretanto, a situação da barragem de José Boiteux, sem maquinário para operação regular desde 2014, quando a estrutura foi depredada, e fundamental para controlar o nível do Rio Itajaí-Açu no Médio Vale. O impasse sobre o investimento de mais de R$ 20 milhões, em meio   à  terra indígena Xokleng, é mais um exemplo da nossa falha na prevenção. 

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