O turbilhão de denúncias, investigações, intrigas internas e supostas provas de irregularidades envolvendo a compra de 200 respiradores por R$ 33 milhões parece não ter chegado à Casa d´Agronômica. Na entrevista online desta quarta-feira (6), o governador Carlos Moisés tentou dar um ar de normalidade.

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Documentos mostraram que a empresa Veigamed não estava habilitada para o negócio, o ex-secretário da Saúde Helton Zeferino fez graves denúncias contra o secretário da Casa Civil, Douglas Borba, de ter indicado a empresa de Nilópolis (RJ) e deputados pediram o afastamento do secretário e indicaram acareações na CPI. Moisés, na coletiva de quarta feira procurou não valorizar o que domina o noticiário e os debates na Alesc.

Sobre o que disse o ex-secretário Helton Zeferino, Moisés afirmou que “não acompanhou as acusações”. Defendeu o secretário Douglas Borba dizendo que “é papel da Casa Civil fazer com que as coisas rodem, cabe à Casa Civil cobrar os outros secretários”. Moisés optou pelo discurso de esperar o andamento das investigações e que se erros ocorrem, eles serão corrigidos.

O ar de tranquilidade do governador contrasta com a realidade dos fatos. Uma CPI foi criada sem representantes do Poder Executivo, os respiradores não chegaram e o Gaeco avança nas investigações com indícios muito fortes de crime.

Mesmo tudo estando em fase inicial e sendo legítimo respeitar o contraditório e aguardar o transitado em julgado, o ambiente é absolutamente tenso no Centro Administrativo e a CPI na Alesc pode trazer consequências fortes para o futuro do governo.

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Para piorar o cenário, depois da entrevista coletiva, a vice-governadora Daniela Reinehr se disse “perplexa” com os fatos e pediu o afastamento do secretário da Casa Civil. Além disso, também à noite, a justiça bloqueou os bens do ex-secretário Helton Zeferino.

Será que esse é o “novo normal” ?

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