A entrevista concedida por Dom Wilson Tadeu Jönck, Arcebispo Metropolitano da Capital, ao programa CBN Total, na última quarta-feira (17), foi histórica. Nos últimos 25 anos, foi, sem dúvida, a mais marcante que tive a oportunidade de realizar com um religioso. Nem na cobertura do conclave em 2013, em Roma, quando na condição de único repórter da imprensa de Santa Catarina, e que conversei com inúmeros religiosos na Itália, a mensagem foi tão eloquente.
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O líder católico apontou que a igreja pensa nos temas da realidade e a polarização política e a dificuldade de relacionamento entre as pessoas, e de construir uma comunidade que queremos, fizeram com que este assunto fosse trazido à Campanha da Fraternidade de 2021. Jönck resgata as palavras de Cristo, segundo o Evangelho, para seguir os ensinamentos e buscar a paz social.
“Sempre haverá uma ideologia e as questões mais extremadas seguem uma ideologia. A ideologia sustentada pelo discurso religioso é pior ainda, porque o discurso religioso é absoluto. E quando essa ideologia não aceita que se tenha outro modo de pensar. É isso que se precisa aprender”, diz o arcebispo.
Para finalizar, Dom Wilson trouxe a metáfora da moeda:
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“É como uma moeda; ela tem dois lados, cara e coroa. Sem um dos lados é uma moeda defeituosa e incompleta. Não é uma moeda. Os dois lados vão juntos. Na vida, nós também somos cara e coroa. Há o lado da sombra e do lado da luz, mas os dois vão juntos na nossa própria pessoa, isso é fundamental. Precisamos aprender a conviver com isso dentro de nós. Naquele que pensa diferente de nós. Precisamos aprender a conviver com a luz e com a sombra”, finalizou.
Na última quarta-feira (17), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) lançaram a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021, que tem por objetivo promover o diálogo “para superar as polarizações e as violências que marcam a comunidade mundial”.
Ouça a entrevista:
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