A paralisação que atinge parte do transporte coletivo de Florianópolis prejudica a população mais pobre e traz o alerta para a grave crise econômica das empresas de ônibus. Das cinco empresas que integram o Consórcio Fênix, apenas a Transol não solicitou recuperação judicial.
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Estrela, Emflotur, Insular e Canasvieiras estão em processo de recuperação judicial.
As restrições impostas pela pandemia, a queda do número de usuários e o aumento dos insumos estão entre as principais explicações. O diesel, por exemplo, subiu 44,6% em 2021. Em Florianópolis há subsídio na tarifa do transporte coletivo e não terá aumento em 2022.
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O fato é que, historicamente, não há no país um plano nacional de mobilidade urbana e de estímulo ao transporte coletivo. Perdemos tempo no país discutindo obras faraônicas e que nunca saíram do papel ou não foram concluídas, como o trem-bala e metrô de superfície, e não discutimos uma política pública nacional para viabilizar o transporte coletivo de forma sustentável.
A pandemia agravou a situação, que já não estava confortável. Precisamos de política pública para o transporte coletivo e plena transparência e controle social sobre os custos do sistema. No passado, a “caixa-preta” do transporte coletivo já foi o tema predominante de campanha eleitoral.
O primeiro ponto a ser observado na manifestação de hoje é que um direito dos trabalhadores está sendo subtraído, segundo o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Urbano (Sintraturb), Dionísio Linder. Confirmando-se a informação, isso é inaceitável.
“Estão querendo pagar 40% da rescisão contratual daqueles que foram demitidos na pandemia. O restante (60%), o gato comeu”, disse à coluna. O Consórcio Fênix ainda não se manifestou.
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Verdade, também, que os trabalhadores mais pobres, empregadas domésticas e autônomos são os mais prejudicados. As empresas da Grande Florianópolis sofrem com os atrasos de trabalhadores, faltas e custos adicionais com transportes. A atividade econômica cai e a cidade toda perde. Isso sem falar no fato de que estamos em plena campanha de vacinação: trabalhadores de saúde ficam prejudicados para ir ao trabalho e quem busca vacina, também.
Entende-se o lado dos trabalhadores do setor, mas não é razoável prejudicar toda a cidade.
Faltou razoabilidade.
Uma postagem em rede social pelo sindicato poderia, ao menos, alertar o trabalhador a se planejar melhor.
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