A governadora Daniela Reinehr acerta quando defende a volta às aulas em Santa Catarina. São mais de 7 meses sem aulas para milhares de crianças, principalmente onde não há a liberação ainda de acordo com a faixa de classificação de risco. Os prejuízos ainda não são mensuráveis mas previsíveis na formação destas crianças e adolescentes.

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>Daniela Reinehr defende volta às aulas em SC com “ajustes” nas regras

Comprometimento do aprendizado, do desenvolvimento das habilidades psicossociais e evasão escolar. Isso sem falar no fato dos pais que voltaram a trabalhar e não têm onde deixar seus filhos. A escola é importante, ainda, para programas de atendimento em saúde. Fato que ganha relevância quando temos redução de cobertura vacinal. É um ambiente onde é possível identificar, também, casos de violência dentro de casa. É na escola onde milhares de crianças têm a principal e mais completa refeição do dia.

>Volta às aulas em SC é bom senso

Evidente que não há segurança absoluta. Mas há muita incoerência no ar. O cidadão pode ir a um bar e beber com amigos, todos sem máscara (porque ninguém bebe com máscara) e não pode levar o filho (a) para a sala de aula? Onde está a ciência e o critério nisso tudo?

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>Juiz determina volta às aulas em escolas particulares de Santa Catarina

A escola pode ser um ambiente muito melhor controlado do que muitas atividades já permitidas, com regras claras e protocolos rígidos. O novo normal impõe um jeito diferente de voltar e de forma gradual. Em nome da segurança, isso deve ser respeitado. Vários estudos apontam que não há relação de causa e efeito entre volta às aulas e aumento de casos.

Estudo de Isphording e outros autores aponta que na Alemanha a volta às aulas com manutenção de regras de distanciamento social chegou a diminuir a transmissão do vírus em algumas regiões.

>A irresponsabilidade que pode comprometer a volta às aulas em SC

A economista americana Emily Oster afirma que o número de infecções em escolas é baixo nos EUA, mesmo em lugares que apresentam altas taxas de transmissão de Covid-19.

A Europa optou e fez uma escolha sensata: mesmo com casos em alta e novas restrições, manteve as escolas funcionando. O poder público precisa se estruturar com testagem, rastreabilidade e monitoramento. Não houve tempo ainda para fazer isso? Precisamos copiar os modelos que deram certo. Havendo problemas pontuais, os casos devem ser identificados e, se for o caso, recua-se com restrições localizadas.

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Disse a governadora que “concorda com a volta às aulas. Mas, evidentemente, que tem que ser feito de forma muito prudente, respeitando as normas de segurança, especialmente a segurança das nossas crianças”.

Claro que professores, servidores e alunos que façam parte de grupo de risco precisam ser preservados. Mesmo assim a resistência é grande. Há a força sindical contrária (nenhuma surpresa) e as eleições cujos prefeitos não querem criar problema para seus interesses.

Enquanto isso, crianças e adolescentes têm enorme prejuízo em suas formações escolares e pessoais.