O ano passado foi uma desgraça para a educação brasileira. O ano passado foi uma tragédia para a saúde pública com os milhares de mortos pela Covid-19 e suas consequências na sociedade. A educação foi duramente afetada, ainda mais num país tão desigual como o Brasil, onde a escola é mais do que ensino, é também o local para a mais completa refeição do dia de milhares de crianças, espaço de vital interação e amadurecimento dos jovens e ambiente para identificar casos de abuso sexual e violência doméstica.
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Fizemos errado. Invertemos prioridades e os governantes preferiram não se incomodar com os sindicatos em detrimento da educação. Enquanto que estava praticamente tudo aberto, as escolas seguiam fechadas. Agora, em 2021, com o agravamento da pandemia, a educação vive desafio ainda maior e paga um preço alto pelo ano praticamente perdido de 2020. A coluna pediu aos pediatras José Eduardo Coutinho Góes, presidente do departamento científico de pediatria ambulatorial da Sociedade Catarinense de Pediatria (SCP) e Cláudia Maria de Lorenzo, presidente do departamento científico de saúde escolar da SCP para descreverem a situação da educação em meio à pandemia:
A construção do conhecimento das características do vírus SARS- CoV- 2 e da apresentação da COVID 19 na população geral e particularmente nas crianças e adolescentes é muito dinâmica.
Nos primeiros meses de 2020, quando sabíamos muito pouco sobre o vírus e a doença, o fechamento das escolas foi uma medida acertada com o objetivo de reduzir a disseminação do vírus e, consequentemente, o número de casos da doença.
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Após alguns meses ficou claro que a doença atinge a população pediátrica de maneira bem menos impactante que a população adulta. As crianças adoecem menos frequentemente, de maneira mais branda e disseminam menos o vírus. Isto não significa que não ocorram casos mais graves e mesmo óbitos nesta faixa etária.
A importância das atividades escolares presenciais tanto em nível individual como coletivo é indiscutível. O impacto negativo da sua suspensão por períodos prolongados e o baixo risco na piora da disseminação viral são determinantes para serem consideradas atividades essenciais, devendo ser priorizadas em relação a outras atividades sociais (as últimas a fecharem e as primeiras a retornarem).
As escolas são seguras, desde que tenham o seu protocolo de contingência aprovado, e que todos, crianças, pais, professores e outros profissionais que atuam nas instituições de ensino respeitem as medidas sanitárias de prevenção.
Quando em situações de agravamento da pandemia, com disseminação descontrolada do vírus, a transmissão do vírus nas escolas também vai refletir, proporcionalmente, este aumento. Portanto, a análise da situação por epidemiologistas e suas orientações devem ser consideradas e respeitadas.
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