A análise técnico-científica apresentada nesta sexta-feira (10) por engenheiros e matemáticos da Universidade Federal de Santa Catarina e da Univille de Joinville tem uma diagnóstico preocupante e uma proposta insolúvel.
Continua depois da publicidade
> Em site especial, saiba tudo sobre o novo coronavírus
O diagnóstico assusta porque mostra através de gráficos que a flexibilização da quarentena e a retomada das atividades econômicas aumentam o número de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus (covid-19).
O professor Oscar Bruna-Romero, do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia da UFSC, assina o estudo que foi encaminhado ao reitor e também ao Ministério Público de Santa Catarina. Escreve o professor Oscar, na segunda página do documento:
Deixar às pessoas irem trabalhar e circular sem ter uma vacina disponível, um remédio que funcione para tratamento dos doentes, ou kits diagnósticos para identificar os infectados e isolá-los, é de uma irresponsabilidade injustificável aos olhos da Ciência.
As condições apresentadas pelo cientista para a retomada gradual das atividades trazem uma condição impossível de estabelecer um prazo. Quando se fala em ciência, sabe-se quando começa e não há certeza de quando termina. Há previsão. A vacina, que hoje não existe, embora com alguns países já em estágio avançado de pesquisa, pode ser divulgada em uma semana ou um ano. Imprevisível, portanto.
Continua depois da publicidade
Outra condição exposta pelo mestre é que tenha um remédio para combater a Covid-19. Não existe medicamento ainda com comprovação científica para curar o novo coronavírus. Pode ser descoberto em uma semana, dois meses, um ano. Ninguém sabe. E, por fim, a testagem em kits em diagnóstico para identificar os doentes e isolá-los. Não há em Santa Catarina nem perto do suficiente.
Ou seja, a proposta não apresenta nenhuma perspectiva de prazo para a retomada das atividades de forma gradual. Uma pena que o professor não atendeu a imprensa para esclarecer melhor e explicar à sociedade.
O governo catarinense tem adotado o critério recomendado pelo Ministério da Saúde para a retomada gradual. Foi o primeiro Estado a começar o isolamento social e tem 50% de leitos de UTI ociosos.
O Secretário Estadual de Saúde, Helton Zeferino. questionado nesta sexta-feira (10) sobre o estudo feito pelos engenheiros e matemáticos da UFSC e Univille, disse que respeitava o documento, mas que o Estado trabalha com os parâmetros do Imperial College London, que atua em ciência, tecnologia e medicina, com sede em Londres, na Inglaterra.
Continua depois da publicidade