Com a crise de balneabilidade no litoral de Santa Catarina que marcou o início dessa temporada de verão, vídeos apócrifos de redes sociais, políticos lacradores e outros desinformados apontaram o mercado imobiliário como a principal causa das praias mais procuradas do nosso litoral apresentarem muitos pontos em condição imprópria para banho.

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O presidente do Sindicato da Construção Civil da Grande Florianópolis (Sindiscon), Marco Alberton, diz que o setor formal da construção não pode ser apontado como responsável pela crise sanitária.

— Nós respeitamos a legislação. Os empreendimentos precisam do habite-se e para isso não podem estar poluindo o mar e os rios. Os nossos empreendimentos ou estão ligados à rede da empresa de saneamento ou possuem sistemas próprios de tratamento que são fiscalizados periodicamente e precisam de licenças renovadas anualmente. O problema está nas obras irregulares e nas residências onde estes não se ligam corretamente à rede — diz o empresário.

Escolher a construção civil formal como vilã do saneamento é uma visão míope e de origem ideológica contra o capital. Uma visão até infantil, e que, infelizmente, não surpreende. E parte da população que não se liga na rede e larga plástico e lixo na rua ? E os governantes que não investiram em saneamento básico? E a falta de universalização da cobertura? A incompetência das empresas do setor e agências reguladoras ? E as ocupações irregulares em áreas de preservação que despejam os dejetos diretamente no Rio Papaquara e em em locais de risco ?

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Ocupações, estas, muitas vezes incentivadas por políticos. Por um acaso o esgoto que sai de uma moradia irregular em uma servidão numa área nas margens de um rio não provoca poluição?

Trata-se de um oportunismo barato apontar um vilão para um problema complexo como se fosse uma questão trivial. Fica claro que a crítica enviesada é contra o capital e não em favor do meio ambiente.

É muita hipocrisia para lacrar e ganhar likes de pessoas que se julgam moralmente superiores, mas não são. E ainda desinformam.

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