Não há resposta objetiva para o título desta coluna. Se costuma dizer que, normalmente, para temas complexos surgem soluções simples e, usualmente, equivocadas. Em suma, o tema é complexo e não existe solução simples. Mas isso, entretanto, não nos impede de apontar caminhos após a coluna conversar com estudiosos em segurança pública, psicólogos e psiquiatras.
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O homem de 18 anos que matou covardemente 5 inocentes na Escola Infantil Pró-Infância Aquarela, na última terça-feira (4), na cidade de Saudades, no oeste, era uma pessoa triste. O delegado que investiga o caso afirmou que o rapaz não gostava de ir à escola, ficava trancado no quarto em casa em jogos no computador, com pouca vida social e sofria bullying na escola.
A pessoa vítima de humilhações através do bullying fica ressentida e com baixa autoestima. A polícia investiga, também, se o crime tem relação com algum jogo ou desafio de internet ou redes sociais. Pessoas amarguradas e sem vínculos afetivos, sem o sentimento de pertencimento à comunidade na qual estão inseridas, podem se sentir atraídas pela necessidade de se tornarem “relevantes” e partirem para um ato de revolta contra a sociedade, mesmo que isso comprometa a própria existência.
Tanto é que não é incomum, após este tipo de crime, o autor tirar a própria vida ou não deixar o local da barbárie. Se ampliarmos a discussão, grupos terroristas buscam recrutar jovens descendentes de estrangeiros muçulmanos, embora nascidos na Europa, e que vivem nas periferias empobrecidas e não se sentem inseridos na sociedade e estão sem perspectiva de vida. Eles recebem, nestes grupos, o reconhecimento que jamais tiveram na vida. Passam a “existir”.
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Santa Catarina precisa discutir com maturidade duas questões importantes. Primeiro, ampliar as políticas públicas educacionais que visam a cultura de paz, de aceitação do diferente e de combate ao bullying na escola.
O segundo ponto nada tem a ver com o pensamento mágico de baixar a criminalidade armando a população, contrariando os principais estudos sobre o tema. Mas é importante discutir qual a estrutura atual da segurança das escolas em Santa Catarina. Controle de acesso, monitoramento eletrônico e vigilância física. São temas importantes que, se não resolvem o problema por inteiro, mitigam os casos de violência e sofrimento na escola.
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