O colapso no trânsito nesta quinta-feira (12) em Florianópolis, infelizmente, não surpreende. Quantas vezes já sentimos na pele situações como a de hoje? Maré alta, carro quebrado na ponte, caminhão quebrado em alguma rodovia estadual ou semáforo danificado tornam o transito ainda mais caótico. Tudo isso agrava algo que já saturou.

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O grande problema é que temos muito carro para pouca pista. Historicamente, o orçamento de infraestrutura é quase que 100% dedicado para sistema viário. Transporte coletivo não é prioridade. O Plamus, que previa corredor de ônibus e transporte integrado na Grande Florianópolis, foi concluído em 2015. Não temos absolutamente nada implantado até agora. É um escândalo.

Adiciona-se a isso a falta de integração da Grande Florianópolis, os interesses políticos e eleitorais acima do interesse público e a falta de planejamento para o longo prazo. Levar três horas para retirar um ônibus quebrado na SC-401 é só mais um exemplo que comprova que nem gestão de risco nós temos.

Um gestor de empresa de ônibus que atua na região me trouxe um dado estarrecedor. Diariamente, entram na Ilha de Santa Catarina 8 mil caminhões, entre grandes e pequenos. Eles fazem o que querem, a hora que querem, onde quiserem, estacionam em fila dupla piorando o que já é ruim.

Tornar a gestão do transito técnica e integrada entre todos os órgãos e priorizar o transporte coletivo. É o único caminho para termos uma cidade com trânsito mais civilizado.

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