Dois advogados catarinenses participam em Lima, no Peru, como observadores internacionais da eleição legislativa extraordinária. O pleito foi antecipado pela primeira vez na história do país. O presidente Martín Vizcarra dissolveu o Congresso em setembro do ano passado. Os advogados Marcelo Peregrino e Ana Blasi, de Florianópolis, foram convidados pela ONG Transparência Eleitoral. A eleição ocorre neste domingo (26). Além dos brasileiros, advogados e representantes do México, Guatemala, Argentina, entre outros, participam como observadores do processo eleitoral. Entre as maiores dificuldades nessa eleição estão o fato de que elas foram convocados em outubro e houve pouco tempo para mobilizar os 24 milhões de eleitores. O período de chuva na parte amazônica do país onde vivem comunidades mais isoladas é outra dificuldade.

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De Lima, a advogada Ana Blasi descreve o trabalho por lá:

Como é o trabalho de observador internacional nas eleições no Peru?

Não podemos interferir em absolutamente nada. Tivemos que assinar uma declaração aderindo a um código de conduta, nos comprometendo a não interferir em absolutamente nada. Caso, ao observar, verifiquemos alguma anormalidade, fazemos um relatório final para a autoridade eleitoral do Peru.

Como está o clima nas ruas de Lima na véspera da votação?

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Tranquilo. Será um mandato temporário – até 2021 – e não poderão ser reeleitos. Portanto, os principais candidatos não estão participando do pleito. O embaixador brasileiro falou ontem que se fala em possível nova assembleia constituinte. Tudo pode acontecer, o fato é que são 130 congressistas e é unicameral, um sistema diferente do nosso.

O que mais lhe chamou a atenção aí nesse período?

Os efeitos avassaladores da Lava Jato-, que varreu a política interna. dois ex-presidentes foram presos (sendo que a esposa também), um suicidou-se e outro renunciou. Keiko Fujimori atualmente solta, mas fala-se que pode ser presa a qualquer momento. Há desinteresse total da população quanto à eleição. Uma descrença total na classe política. Portanto, muitos pontos de contato com a nossa política interna.