Na foto é tudo lindo e maravilhoso, mas quando olha-se de perto e depois da compra, é pura decepção. Esse é o sentimento das empresas de autopeças e ferros-velhos que participam dos leilões de carros apreendidos pelas autoridades de trânsito. A  Associação dos Desmontes de Carro em Santa Catarina (ABCAR-SC) explica que existem os leilões de carros que são vendidos como sucatas e os servíveis, para rodar. 

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Estes, entretanto, após a compra, são encontrados sem equipamentos e peças que impedem o uso do carro. Cabos, bateria, catalisadores, estepe e inúmeras peças simplesmente somem do motor. Os casos ocorreram, segundo a ABCAR-SC, nos leilões recentes da PRF-SC e do Detran-SC.

— A foto utilizada no site do leiloeiro contratado pelo poder público é antiga. Eles não atualizam. Ela é do tempo que o veículo foi apreendido. Nós confiamos na foto, mas quando chegamos lá, é uma caixa de surpresas.  Nós, da ABCAR-SC, recebemos inúmeras queixas de pessoas físicas e jurídicas que vêm adquirindo bens das instituições responsáveis por armazenar e leiloar lotes de veículos oriundos de apreensões com muitos itens subtraídos  onde acarretam prejuízo futuro — afirma Emerson Farias, presidente da ABCAR-SC.

A entidade defende a rastreabilidade do comércio de peças usadas para coibir a concorrência desleal fruto de atividade criminosa

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Foto Ilustrativa

A PRF-SC se manifestou em nota:

Segundo o edital do leilão, as fotos são meramente ilustrativas. O edital orienta os interessados a irem no local visitar os veículos, que são arrematados no estado em que se encontram. Os veículos documentados, que podem voltar a circular, não estão necessariamente em perfeito estado.

Podem estar sem equipamentos obrigatórios, com defeito no motor ou lataria danificada. Por isso é importante a visitação antes do certame.

Responsabilidade

É claro que é mais prudente conferir o carro de perto antes da compra, mas é fundamental também que as autoridades apurem como essas peças estão “sumindo” dos veículos e identifique se há algum esquema criminoso. É dever também dos pátios privados, contratados pelos órgãos públicos, que garantam a integridade dos veículos.

Resta saber onde essas peças teriam sido furtadas, se no caminho da apreensão até o depósito ou no próprio estacionamento.

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O Detran-SC foi procurado pela coluna mas não se manifestou até esta publicação.

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