Desde que assumiu o governo, em 2019, Carlos Moisés adota uma postura diferente de seus antecessores no trato pessoal. Empresários, entidades, parlamentares, prefeitos e até secretários já relataram dificuldades em ter acesso ao chefe do Poder Executivo.
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Política é diálogo e negociação o tempo todo. Para o bem ou para o mal, é a política real. Fora disso, principalmente se afastar do Poder Legislativo, é jogar com a própria sorte- vide os casos de Dilma, quando comprou a briga para a presidência da Câmara dos Deputados e Collor, que acreditava que a popularidade das ruas era suficiente para se manter no Planalto. A nova política, como foi vendida, é ficção científica.
Basta olhar o que fez o presidente Jair Bolsonaro quando apareceram pedidos de impeachment. Procurou os fisiológicos partidos do centrão, sempre ávidos por cargos e caneta na mão, para se blindar no parlamento.
O governo de Carlos Moisés não loteou o governo com nenhum partido. Não houve troca de apoio na Alesc por indicações de cargos no secretariado e, tampouco, no segundo e no terceiro escalões. Carlos Moisés priorizou para empresas públicas profissionais de carreira. Há mérito nisso. Mas a política não é uma competição de virtudes. Ter habilidade no diálogo em busca da convergência para entregar serviços à população é o fundamental.
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Em menos de uma semana tivemos a mesma opinião do ex e da atual líder do governo. Ambos citam falta de diálogo por parte do Centro Administrativo.
O ex- líder , deputado Maurício Eskudlark, disse que o governador fica “enclausurado na Casa d´Agronômica” e a deputada Paulinha, líder atual, afirma que “a deficiência de diálogo promoveu essa crise”.
Com um ambiente completamente desfavorável na Alesc, Carlos Moisés está disposto a negociar com o Palácio Barriga Verde? Uma saída, seria alinhar indicações políticas com critérios técnicos. Há tempo para isso? Tarefa para o futuro secretário da Casa Civil, Amandio da Silva Junior.