Ao assinar a carta dos 20 governadores em defesa ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Rodrigo Maia, Carlos Moisés avançou em mais um ato que o distancia do presidente Jair Bolsonaro. A carta simboliza não apenas mais um exemplo do afastamento entre o capitão e o bombeiro, mas também isolamento político vivido hoje pelo inquilino do Planalto.
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Sem base no Congresso, em confronto com governadores e prefeitos, sem partido, Bolsonaro conta com o apoio de seu eleitor ideológico raiz e das forças armadas. A vice-governadora, Daniela Reinehr, em menos de uma semana, fez duas críticas públicas ao governo de Carlos Moisés pela rede social. Na semana passada pediu, com razão, o cancelamento do contrato do hospital de campanha. No domingo (19) à noite, a crítica direta, mas sem citar o nome de Carlos Moisés, à carta assinada pelo governador em apoio aos presidentes da Câmara e do Senado.
Leituras
A vice-governadora Daniela Reinehr não mudou. Quem mudou foi o governador. A mudança de Moisés pode ser virtude pelos valores que defende e as decisões tomadas, mas o eleitor raiz do presidente considera isso traição.
Contrapartidas
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Nenhuma dúvida de que o momento é de ajudar os Estados e Municípios e injetar dinheiro na economia. É assim que se faz em momentos extremos e a história comprova, não importa se esquerda ou direita, liberal ou conservador. Pandemias e crises agudas econômicas (1929, pós 2ª Guerra e crise de 2008) comprovam isso. Claro que agora não é hora de falar em ajuste fiscal, mas o pacote necessário de ajuda aos Estados e Municípios não exige contrapartidas. É um erro. As contrapartidas não deveriam ser agora, mas pra depois. Já sabemos o resultado de dinheiro público nas mãos de governantes e sem controle. Tem razão o presidente e o Ministro Paulo Guedes em reclamar. Mas, politicamente, é complicado falar isso quando a urgência atual é preservar vidas e o sistema de saúde
Intervenção Militar
Por mais surreal que pareça, o ato existiu. Por mais inacreditável que pareça, o presidente da República foi e apoiou. Por mais lamentável que seja, desviam o foco quando a prioridade deveria ser cuidar da vida das pessoas e das preservação da economia e empregos.