É verdade que estamos carentes de bons exemplos. E quando faltam bons exemplos, fica mais difícil fazer o que é certo. O líder tem seguidores que tomam seus gestos e atitudes como referência até quando eles estão errados. O presidente Jair Bolsonaro que joga contra a vacina, o governador de São Paulo, João Dória, que pede para as pessoas ficarem em casa e viaja para Miami e depois do desgaste de sua ida para os Estados Unidos pede desculpas e volta. Ainda em São Paulo, o prefeito Bruno Covas sancionou o projeto de lei aprovado na Câmara Municipal que aumenta o salário dele, do vice e de seus secretários em 46,6%, saltando de R$ 24.175,55 para R$ 35.462. Sobe o teto salarial no município, abre espaço para aumentos em cascata e o impacto da medida é de R$ 500 milhões. Não havia aumento há oitos anos. E daí?

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Enquanto isso, 68 milhões de brasileiros deixam agora de receber o auxílio emergencial e o país tem 14 milhões de desempregados. É um deboche com a sociedade. Como cobrar do cidadão se quem precisa dar o exemplo parece não estar nem aí ?

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Não se entra na vida pública para ficar rico. Ou não deveria ser este o propósito. Aliás, é muito curioso se olharmos o padrão de vida dos políticos tradicionais que nos rodeiam e compararmos com o padrão de vida que eles levam. Como pode alguém que “se dedicou” exclusivamente à vida pública morar num apartamento ou casa de R$ 5 milhões ou mais e tenha carro avaliado em R$ 200 mil ou mais. Não há milagre. Mas aqui, infelizmente, é tudo natural. Aceita-se tudo. Faz parte da paisagem e não se questiona de onde vem o dinheiro. O curioso é que o patrimônio cresce a partir do ingresso na vida política. Exemplos não faltam.

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