Com 2021 já em movimento de aterrissagem, intensificam-se os movimentos para as eleições do próximo ano. Vistas sob as óticas dos atuais mandatários no estado e no país, as estratégias de Jair Bolsonaro e Carlos Moisés são semelhantes, mesmo que traçadas por diferentes discursos.
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Com a economia claudicante, inflação e a conturbada gestão da pandemia, Bolsonaro aposta todas as suas fichas em sua força pessoal junto à parcela do eleitorado para, no segundo turno, ser a opção ao retorno do PT. Tanto que o principal discurso do Presidente não é a defesa de seu governo, mas colocar-se como a única possibilidade à Lula.
No Estado, é o contrário. Sem a força política do Presidente, Moisés tem como grande arma os bons resultados de uma gestão austera e marcada pela predominância técnica. Mesmo com o caso dos respiradores – pelo qual será cobrado – e com a abertura política na segunda metade do mandato, é inegável que foram mantidas as bases na administração, fazenda, infraestrutura, nas empresas estatais e na própria saúde, que reduziram a máquina e otimizaram os recursos, e agora o governo colhe uma intensa política de entregas de obras e outras ações com recursos próprios em todas as regiões e setores do Estado.
Afora tais diferenças, ambos têm em comum a guinada no discurso de 2018, quanto às composições políticas. Após intensa defesa de uma “nova política”, Carlos Moisés hoje governa com o apoio e a participação dos partidos tradicionais que criticou, a ponto de ser a noiva mais cobiçada pelo MDB e PP – as mais antagônicas forças políticas da histórica catarinense pós redemocratização. Tudo isso, frise-se, sobre os olhares sempre atentos do PSD, de Júlio Garcia.
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Com Bolsonaro não é diferente. Eleito com um discurso fortemente antissistema, virou refém do Centrão, e decide se disputará as eleições no PP de Ciro Nogueira e Arthur Lira ou no PTB de Roberto Jefferson, notórios envolvidos em escândalos de corrupção.
Santa Catarina possui ainda uma peculiaridade: os possíveis reflexos da força do Presidente no Estado. Isso porque, o senador Jorginho Mello – ex-aliado de primeira hora de Dilma Rousseff – navegava tranquilo para ser o seu nome preferido, mas, a possível chegada de Bolsonaro ao PP reacende a imortal mosca azul de Esperidião Amin. E, não se pode desconsiderar João Rodrigues, que possui o perfil e o discurso que mais agradam os seguidores do Presidente.
O certo é que não haverá uma onda, ambos terão de mostrar habilidade na construção política e serão avaliados pelos seus governos, numa eleição que deve sacramentar uma espécie de retorno triunfal dos partidos tradicionais, severamente demonizados em 2018.
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