Naturalizamos a bandidagem. E isso é muito ruim. O furto de fios e cabos elétricos está banalizado em Santa Catarina. É uma praga. Estamos enxugando gelo. Trata-se de um problema social, de saúde, segurança pública e econômico.

Continua depois da publicidade

Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp

E o que se viu nos últimos dias em Florianópolis é inaceitável. Serve de alerta para todo o estado. Quando marginais furtam cabos de energia do principal cartão postal de Santa Catarina, a ponte Hercílio Luz, deixando-a escura pela metade, é algo inaceitável. O local é amplamente monitorado com câmeras de vídeo.

Mas não para por aí. Dias depois, bandidos levaram a fiação da Praça Getúlio Vargas (Praça dos Bombeiros), localizada em frente ao Comando-Geral da Polícia Militar, outro local também amplamente vigiado.

É um deboche com as autoridades de segurança pública. Mostra que o marginal, seja ele integrante de quadrilha ou dependente químico, está pouco se importando com as consequências de seus atos e onde eles são feitos. Há uma sensação de impunidade, e quando o bandido não tem medo de que o seu ato poderá lhe trazer consequências, a sociedade já conhece o resultado.

Continua depois da publicidade

Já foram feitas investigações policiais, prisões efetuadas e o problema continua: estamos enxugando gelo. É preciso que as autoridades expliquem o porquê desse assunto não ter sido resolvido. E que as respostas sejam dadas: os ladrões são dependentes químicos, integram alguma organização maior, e os receptadores desta carga?

Enquanto isso não se resolve, pagamos um preço alto: o dinheiro gasto para a compra de novos equipamentos poderia ser utilizado na ampliação da rede e em linhas subterrâneas; a escuridão tira sensação de segurança e cria ambiente propício para assaltos e crimes sexuais. De todo modo, é o contribuinte que paga em dobro, três, quatro e até mais vezes.

É o momento do setor de inteligência das nossas polícias atuar e impedir que isso se repita.

Leia Mais:

Aterro de Florianópolis sem rumo: sai o circo e voltam os ônibus

Contorno Viário da Grande Florianópolis já pode ser visto de avião