Já se sabe desde 2016 que a Engie vai desativar o Complexo Termoelétrico Jorge Lacerda, localizado no município de Capivari de Baixo, no sul do Estado. Entretanto, o que fizeram as autoridades para tentar mitigar os efeitos de uma atividade que gera 21 mil empregos, movimenta a economia da região e é a principal fonte de renda do município? Em qualquer país sério haveria um planejamento estratégico para migrar o modelo econômico para outro setor ou desenvolver uma outra potencialidade na região.
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Aqui deixam tudo para a última hora como se não soubessem de nada. Existe uma ideia de criar pequenas termelétricas para manter vivo o setor. Mesmo que tenha menor impacto ambiental com os investimentos em tecnologia, é uma tarefa difícil pois vai na contramão da onda verde, da sustentabilidade.
A Engie anunciou em 2016 o compromisso com baixo carbono e tomou a decisão de vender todas as suas unidades de usina com matriz energética à base de carvão. A meta da companhia é não ter nenhuma operação mais com carvão até 2025.
Empresas associadas às práticas sustentáveis e, no caso especial, à geração limpa de energia, ganham valor de mercado. Trata-se de um compromisso socioambiental da Engie, mas também de olho no resultado financeiro.
O caso do sul é emblemático e reforça um modelo muito aplicado na história da América Latina e que não deu certo. Apostar na monocultura. Ora o café, o cobre ou a prata. Houve o ciclo de ouro do carvão mas agora a onda é outra.
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Lamenta-se que as autoridades não se prepararam para o inevitável.