Os aumentos salariais aprovados na Assembleia Legislativa de Santa Catarina escancaram  a força dos sindicatos, corporações e do lobby de diversas entidades e categorias profissionais. E mais: cria distorções ao priorizar grupos com mais força política.

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Mesmo com o aumento, o salário de professor com 40h/semana é de R$ 5 mil, os praças da PM que enfrentam criminosos cada vez mais armados e que não respeitam voz de prisão vão ganhar R$ 6 mil e os alunos do Curso de Formação de Oficiais,  R$ 16,3 mil. O Estado aponta que o objetivo é corrigir a disparidade entre quem estuda para ser oficial da PM e quem está se preparando para ser delegado da Polícia Civil ou Perito Cinetífico. Quem inicia o curso nessas áreas, por exemplo, começa o curso ganhando o salário de delegado ou perito. Delegado em início de carreira, chamado delegado de quarta entrância, recebe R$ 22 mil em início de carreira, já na academia.

Há, mesmo assim, claramente, um desequilíbrio.  Essa diferença não é correta. Não há ponderação que justifique isso senão a pressão e força do lobby.  No Brasil o orçamento público não é levado a sério. O que temos é que cada um quer um naco maior para si. Assim,  o que vale, é o jogo de força e poder. O Estado neste caso é mínimo só para os outros, desde que a sua parte esteja garantida.

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É o país do compadrio, do interesse pessoal, do faz de conta, da ação entre amigos e da acomodação. Aumenta-se o salário quando a lei de enfrentamento à pandemia impôs, como única condição para jorrar milhões de reais em Estados e municípios, não conceder reajuste salarial até o final de 2021;  o teto de gastos é estourado e o orçamento é secreto.

Enquanto isso, quem está voltando ao mercado de trabalho, na iniciativa privada, retorna com salário mais baixo. O salário médio do brasileiro em 2021 atingiu o menor patamar desde 2017. Hoje, o rendimento médio está em  R$ 2.433, no ano passado, era de R$ 2.613. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad).

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