O devastador ataque a creche de Blumenau provocou uma série de debates na mídia, redes sociais e casas legislativas de como episódios assim podem ser evitados. A triste e racional resposta aparece na velha frase do jornalista e crítico social norte-americano H. L. Mencken: “Para todo problema complexo existe sempre uma solução simples, elegante e completamente errada”.

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Neste caso, o elegante pode ser suprimido, mas o que se viu após esse lamentável ataque ocorrido na última quarta-feira (5), no Centro de Educação Infantil Cantinho Bom Pastor, com a morte de quatro crianças, foram propostas diversas para tratar do tema. Uma parlamentar propagandista de armas defendeu a aprovação de um projeto de lei que obrigue segurança armada nas escolas, outro pede detector de metais, políticos defendem reforço nas rondas escolares e por aí vai.

O fato é que essa barbaridade merece uma reflexão mais profunda. A começar pelo perfil do assassino. Pelo histórico policial, claramente trata-se de uma figura perturbada com problema de comportamento. Este delinquente bateu na porta do Estado por quatro vezes e isso não foi suficiente para evitar o massacre.

Briga em casa noturna, faca no padrasto, posse de cocaína e derrubar o portão da casa do padrasto e esfaquear o cachorro. Tudo isso registrado na polícia.

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O que se fez? Ele não ficou preso por esses crimes cometidos no passado. Um tratamento psiquiátrico teria lhe surtido efeito? Difícil saber.

Não há solução mágica, mas alguém com um passado com essas credenciais não poderia estar livre pelas ruas.

A polícia afirmou que, a princípio, este homem teria atuado de forma isolada, sem interferência ou influências de outros grupos ou videogame. Vamos aguardar o resultado da perícia técnica, já concluída, no telefone celular. Foi um ato de um “psicopata em surto paranoico”, disse o delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel.

De fato, e não tratando agora do caso específico, o que temos em grande parte desse tipo de crime é que seus agentes são pessoas frustradas e que são acolhidas e pertencem a grupos extremistas de ódio em redes sociais e influenciadas por jogos eletrônicos.

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Como caminho, creio que um trabalho de prevenção deve passar por estabelecer uma cultura de paz e tolerância, melhorar a inteligência e monitoramento de redes sociais, regras mais rígidas para as big techs, e reforçar a segurança nas escolas.

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