Bandeira das gestões do PT, o Minha Casa, Minha Vida, criou novas periferias na Grande Florianópolis, principalmente em São José, Biguaçu e Palhoça. A conclusão é de uma pesquisa realizada pela UFSC e financiada pelo Ministério das Cidades e CNPq para aprimorar o programa habitacional. O trabalho foi realizado entre os meses de março de 2013 e fevereiro de 2015. A informação foi revelada pelos arquitetos e urbanistas Samuel Steiner, professor da UFSC, e Guga Andrade, professor da Udesc e presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-SC), no programa Condomínio Legal da CBN Floripa.

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O foco foi justamente avaliar a urbanidade dos empreendimentos, ou seja, a localização e qualidade do entorno. E o que se percebeu foi que a maioria foi mal avaliada.

— A maioria dos empreendimentos MCMV foi no limite urbano desses municípios. Eles ficam distantes da franja urbana, criando novas periferias. Longe do emprego, muitos sem saneamento e serviços no entorno — diz Guga Andrade, que participou informalmente da pesquisa.

Entre 2006 e 2010 foram construídos 51 empreendimentos do MCMV na Grande Florianópolis. Santa Catarina tem um déficit habitacional de 203.724 moradias, sendo que 50.885 destes imóveis estão em áreas de risco. Os números são de 2019 e fazem parte de um diagnóstico inédito feito pela Secretaria de Desenvolvimento Social (SC). Vale lembrar que déficit habitacional não é apenas falta de moradia. Falta de moradia digna também entra na conta.

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O presidente Lula lançou, na semana passada, a retomada do MCMV. Uma das novidades é o retorno da Faixa 1, que agora será voltada para famílias com renda bruta mensal de até R$ 2.640. A ideia é de que até 50% das unidades financiadas e subsidiadas sejam destinadas à Faixa 1.

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