A aprovação por unanimidade, na CPI dos respiradores, do requerimento solicitando a oitiva de Carlos Moisés, para dar esclarecimentos aos parlamentares, escancara a fragilidade do governo e mostra claramente a ideia de desgastar o governador. Fragilidade, pois ocorre em Santa Catarina algo inédito no Palácio Barriga Verde. A Alesc investiga o “crime mais perverso cometido na história recente catarinense”, segundo o Ministério Público de Santa Catarina, e o Centro Administrativo não possui ninguém para defendê-lo na CPI.

Continua depois da publicidade

Como a constituição impede a convocação de governador por CPI, a ferramenta regimental e jurídica encontrada é ouvir o governador, que pode escolher local e até responder por escrito as perguntas dos parlamentares. Representantes da força-tarefa do Gaeco já afirmaram que não há, até o momento, qualquer suspeita sobre o chefe do Poder Executivo Estadual. A CPI quer fazer o governo sangrar.

É um governo com avanços administrativos e fiscais reconhecidos na aprovação das contas, na semana passada, pelo TCE, mas, de igual forma, de uma fragilidade política jamais vista. A escandalosa compra dos respiradores precisa ser investigada, e isso já ocorre pela força-tarefa com Gaeco, Polícia Civil e TCE.

Espera-se que as oitivas feitas até agora e a acareação desta terça-feira (9) pela CPI sirvam para auxiliar a força-tarefa e que esta identifique os responsáveis e apresente a denúncia para punir quem agiu contra o dinheiro e a saúde do contribuinte catarinense. A CPI é uma arena política. Não creio em algum avanço substancial até agora. Talvez alguma contradição em alguma fala dos investigados que possa ser utilizada pela força -tarefa na investigação. E só.

Continua depois da publicidade