Temos uma tragédia real. Não bastassem os 8 mil alunos que abandonaram os estudos desde os início da pandemia na rede estadual de ensino, agora, somam-se a este número, mais 11 mil estudantes das redes municipais de Santa Catarina.
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A informação foi revelada pelo promotor de justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude no Ministério Público (MP-SC), João Luiz de Carvalho Botega, ao programa CBN Total desta segunda-feira (23). Ele defende a redução ou eliminação do revezamento de alunos para que todos possam estar presencialmente nas unidades escolares.
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São crianças e adolescentes carentes com dificuldade de acesso à internet, sem equipamentos eletrônicos adequados, muitas vezes sem o apoio familiar necessário e, também, que largaram os estudos para ajudar os pais desempregados a trazer renda para casa ou trabalhar na lavoura e fiação, por exemplo.
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Botega afirmou que um auxílio financeiro para estimular a manutenção destas crianças e adolescentes na sala de aula seria uma medida importante.
“Se bem desenhado e bem estruturado, que não seja apenas a bolsa, mas focado na qualidade da educação seria uma estratégia interessante”, disse. O governo de São Paulo criou uma bolsa anual de R$ 1000,00 para apoiar alunos carentes na permanência escolar. O secretário de Educação (SC) Luiz Fernando Vampiro pediu para a Diretoria de Ensino da pasta para estudar o caso.
O promotor disse que é preciso reduzir o revezamento de alunos e fazer o reforço na busca ativa dos ausentes.
“Comprovamos que a escola, quando os protocolos são bem seguidos, é de fato, um espaço extremamente seguro do ponto de vista sanitário…..e agora precisamos avançar para receber todos os alunos em sala de aula, exceto do grupo de risco, e que se possa reduzir e até eliminar o revezamento, fazendo com que todas as crianças possam ter aulas presenciais todos dos dias. Está mais do que comprovado que o contato presencial é insubstituível”, afirmou.
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Ouça a entrevista com o promotor de justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude no Ministério Público (MP-SC), João Luiz de Carvalho Botega:
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