O Ministério Público Federal (MPF) em Santa Catarina instaurou um Inquérito Civil (IC) para apurar responsabilidades pelo rompimento da lagoa de infiltração que recebe o efluente tratado da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Casan na Lagoa da Conceição, em Florianópolis.
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— Com as notícias sobre o incidente, o MPF instaurou o IC para investigar se houve desleixo com a manutenção e com plano de risco do Sistema de Esgotamento Sanitário, bem como para identificar responsabilidades e formas de reparação à sociedade e ao meio ambiente — explicou a procuradora da República Analúcia Hartmann, que instaurou o procedimento.
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A Lagoa da Conceição é objeto de várias ações judiciais instauradas pelo MPF, que resultaram no acordo e aumento da capacidade da Estação de Tratamento de Esgoto da própria Lagoa, implantação da ETE da Barra da Lagoa e implantação da rede de coleta da Costa da Lagoa.
O transbordamento da lagoa artificial nesta segunda-feira (25) interrompeu o trânsito na Avenida das Rendeiras até o meio da tarde. A prefeitura de Florianópolis informou que na Lagoa da Conceição foram contabilizados pela Defesa Civil 35 casas danificadas e 66 pessoas atingidas diretamente pelas enchentes na região.
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A Casan disse que irá ressarcir os prejuízos dos moradores.
O professor do Departamento de Geociências da UFSC, Erico Porto Filho, disse ao NSC Notícias, da NSC TV desta segunda-feira (25), que uma lagoa de infiltração é uma alternativa tecnicamente aceita para receber efluentes, “mas há tempo ela não é a mais adequada para suportar o volume de esgoto produzido na região”.
O especialista defende que a cidade tenha emissários submarinos, o que poderia evitar futuros acidentes como esse o que ocorreu na Lagoa da Conceição.
— É uma tecnologia utilizada no mundo todo — explicou.
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