A prisão de Fabrício Queiroz, ex- assessor do então deputado estadual do Rio de Janeiro Flávio Bolsonaro e que movimentou em um ano R$ 1,2 milhão, suspeito de ser o operador da prática da rachadinha no gabinete do parlamentar, foi o fato político de maior impacto da semana. Em dezembro de 2018, Queiroz disse ser um homem de negócios. “ Eu faço dinheiro, compro, revendo, sempre fui assim, gosto muito de comprar carro de seguradora. Essa movimentação financeira veio de revenda de carros”. Simples assim, viu? Mas por qual razão ficou escondido por tanto tempo se é fácil de explicar a origem do dinheiro?

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Suécia

O Parlamento do país escandinavo tem muito a nos ensinar. A começar pelo número de assessores. Não existe assessor para cada gabinete. Há um grupo contratado que presta assessoria e consultoria para a bancada de cada partido. Por exemplo, cada sigla representada no Parlamento recebe uma verba restrita para contratar um grupo de assistentes e assessores, que formam o chamado secretariado do partido. E este grupo de funcionáriosos atende, coletivamente, a todos os deputados de uma sigla. A proproção é de um assessor por parlamentar. E um detalhe: o eleitor pode consultar todas as despesas do parlamentar e seus gastos e salário de forma simples. Transparência de forma ativa e facilitada é a regra número um. Aliás, nos países escandinavos, o conceito é de que o servidor é para servir ao público e, por isso, por ser pago com dinheiro do contribuinte, esse recurso precisa ser muito bem empregado e o trabalho bem realizado. Claro que lhe é dada a condição adequada para tal. 

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Lembro-me de que quando estive na Dinamarca, havia uma discussão no país que achava exagerado um parlamentar receber o vale para andar de transporte coletivo. Parte da população achava que era uma vantagem indevida. Nada é por acaso.