Chapecó e Balneário Camboriú estão internando os dependentes químicos de forma compulsória. Esse tipo de abordagem, iniciada em 2022, visa dar uma oportunidade de recuperação ao viciados em droga e, também, tentar resolver um problema social, de saúde e de segurança pública.

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As duas cidades, entretanto, adotam critérios diferentes. Em Balneário Camboriú, as internações compulsórias só ocorrem após autorização da família, aval médico e com autorização judicial. Já em Chapecó,  a internação obrigatória somente ocorre após o paciente passar pelo Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) e parecer psiquiátrico da Secretaria Municipal de Saúde.

A coluna conversou com as duas coordenadoras desse trabalho nas respectivas prefeituras para entender como isso está ocorrendo e quais os resultados até agora. Confira:

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Elisiane Sanches, Secretária de Assistência Social de Chapecó

1- qual a avaliação que a prefeitura faz das internações compulsórias realizadas até o momento?

Na realidade, são internamentos involuntários ou voluntários realizados com pessoas em situação de rua, depois de diversas abordagens efetuadas por nossas equipes e pedidos de ajuda por parte dos familiares no que tange o tratamento para dependência química.

Na nossa avaliação está sendo positiva. As famílias estão se envolvendo e autorizando o tratamento químico e se comprometendo em colaborar no retorno dos vínculos familiares após o retorno do tratamento. A família é fundamental para o sucesso do tratamento junto com o acompanhamento psicossocial por parte das equipes da Assistência Social.

2- O trabalho vai seguir?

Vamos continuar procurando salvar vidas.Fazendo o que estiver ao nosso alcance para que essas pessoas tenham novas oportunidades para resgatar a dignidade e não ter recaídas no que tange  a dependência química. Lembrando todo e qualquer internamento passa pelo CAPS AD  e parecer psiquiátrico da Secretaria de Saúde

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Anna Christina Barichello, Secretária de Desenvolvimento e Inclusão Social de Balneário Camboriú

Qual a avaliação que a prefeitura faz das internações compulsórias realizadas até o momento?

O nosso programa de abordagem social conta com equipes 24h e temos ainda a campanha Não Dê Esmolas, Dê Oportunidades. Nós entendemos que a questão não pode ser sozinha,  só com a assistência social. Nós temos equipe intersetorial com Saúde, Inclusão e Desenvolvimento Social e  Segurança. Nós mapeamos os moradores em situação de rua que fazemos as abordagens, na maioria das vezes nós conhecemos as pessoas, mas também vem muitos de passagem pelo município. Pegamos a documentação, a maioria é viciada em crack. A nossa equipe é técnica com saúde, psiquiatra e médicos. Não só  atuamos para que elas voltem para casa (há casos de famílias que procuram há dois anos os filhos).  São pessoas que acabam ficando vulneráveis e também um perigo para a  sociedade e para ela também, porque o fim já sabemos qual é. Temos a Casa de Passagem e o Centro de Abordagem. A pessoa viciada é doente. Temos convênios com fazendas terapêuticas e  há casos de internação involuntária, mas não arrancamos uma pessoa da rua como se fosse prender e colocar num instituto psiquiátrico, nós precisamos ter autorização da família  e técnico. Precisamos do convencimento, às vezes demora, mas acabamos tendo um êxito maior. Dar esmola só mantém a pessoa na rua e financia o tráfico.

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