O governador Carlos Moisés sabe que precisa mudar a forma e o estilo para evitar o impeachment, e alguns sinais já foram dados nas movimentações da última semana. A forma significa mudança de fotografia ou troca de lugares no colegiado. As mudanças na equipe já começaram com a vinda de Juliano Chicodelli, que estava na presidência da Junta Comercial, e irá auxiliar Amandio Junior na Casa Civil.
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Chiodelli deverá estar mais próximo do governador Carlos Moisés. A prioridade é abrir pontes com o Palácio Barriga Verde. A agenda do primeiro dia de Trabalho de Amandio, que ocupou o lugar do exonerado Douglas Borba, na Casa Civil, começou pela Alesc. É simbólico. É hora de ouvir. Sabe-se claramente que é preciso abrir o diálogo.
A coluna trouxe a informação na última semana de que o governador terá uma linha de telefone celular exclusiva para atender os 40 deputados. É inacreditável que parlamentares, dirigentes de entidades e sindicatos tenham enormes dificuldades para conversar com o governador Carlos Moisés. Isso vai mudar. Já mudou.
Na última terça-feira (12) Carlos Moisés recebeu os dirigentes de clubes de futebol com o deputado Jair Miotto para tratar da volta dos treinos. O governo Moisés vai dizer mais vezes “sim” a partir de agora, mesmo que isso confronte algumas bandeiras do governo, como controle de gastos e autonomia.
O governo recuou da decisão que reduzia, via Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), os percentuais do duodécimo para o Ministério Público (MP/SC) e Poder Judiciário (PJ). A lei , de 2016 , estabelecia que o aumento se daria para compensar as perdas decorrentes das pedaladas da Celesc, no governo de Raimundo Colombo. Já compensou e está pago. Era para voltar ao patamar anterior mas, com Gaeco investigando o governo e um processo de impeachment que se avizinha, o governo prefere não brigar com o MP e TJ.
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É a política real: nem velha nem nova.
Destravar as demandas dos deputados e até ouvi-los sobre nomes e cargos no governo será o novo normal para sobreviver. Internamente há uma preocupação de como o eleitor irá perceber isso, na medida em que Moisés se elegeu com o rótulo da “nova política”.
Uma alternativa é ouvir os deputados e as entidades sobre nomes e cargos no governo, mas respeitando o critério técnico para a área escolhida.
Há uma expressão em inglês, baby steps, que é adequada ao momento. É através dos passos de bebê que o governo se vê obrigado a se reinventar para sobreviver.
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