O momento da economia no país em outubro de 2022 será determinante para o resultado da eleição. “É a economia, estúpido!” A frase, criada em 1992 pelo economista e marqueteiro James Carville, um dos principais responsáveis pela vitória de Bill Clinton contra George Bush, dá um olhar pragmático e real do processo de decisão na cabeça do eleitor — bem distante das bolhas de redes sociais e de alguns formadores de opinião.

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Esse será o fator determinante para a eleição presidencial.

Esse viés não é, prioritariamente, para o cidadão bem informado. É o ponto de vista do trabalhador do chão de fábrica, do microempreendedor individual, do autônomo e da doméstica que representam a maioria sem voz neste país.

As barbaridades ditas pelo presidente repercutem mais no Twitter e Instagram do que na vida real da população que acorda às 5h da manhã, pega o ônibus e vai trabalhar.

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O que vale, neste caso, é vaga em creche, escola para o filho, a condição de renda da família e acessos aos serviços essenciais. O resto, é perfumaria, assunto importante, mas que atinge pouco esse perfil.

Os analistas econômicos não projetam um grande crescimento para 2022. Será basicamente uma retomada do que foi perdido com a pandemia, com baixo crescimento real, se houver. O Auxílio Brasil e o Vale Gás muito provavelmente têm alto potencial para melhorar a aprovação de Bolsonaro nas camadas mais pobres.

A inflação, entretanto, irá retirar parte do poder aquisitivo do auxílio. Mas que ajuda, ajuda. Se será o suficiente para ganhar a eleição, o tempo dirá.

Bolsonaro terá, como alternativa, focar a campanha na narrativa de “ameaça comunista” no caso de derrota do capitão e na cruzada moral de comportamento.

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Até porque, na economia, empregos, combate à miséria e educação, há pouco o que apresentar. O discurso será o de que o STF o impediu de coordenar as ações de enfrentamento à pandemia (falso) e que a Covid atrapalhou os planos.

Ao PT do ex-presidente Lula, a estratégia de atrair o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, é inteligente. O “picolé de chuchu”pode não representar muita coisa em votos, mas representa uma aliança com a estabilidade e a ideia de respeito aos contratos, enfim — um elo com o mercado financeiro, numa versão pessoa física da “Carta ao Povo Brasileiro” de 2002.

E a terceira via? Sergio Moro apareceu bem quando se lançou, mas baixou a fervura. Por enquanto, é uma ideia. Os demais ainda precisam mostrar a que vieram.

O jogo será pesadíssimo nas redes sociais e memes. resta saber se o STF será capaz de identificar e impedir os excessos. Infelizmente, quanto mais sujo jogar, maiores as chances.

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Um político já disse uma vez: em eleição vale tudo, só não vale perder. É triste, é lamentável e é do jogo.

Preparem-se.

Feliz 2022.

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