Foram dois processos de impeachment. A equiparação salarial dos procuradores e a compra dos 200 respiradores. Com “causas” e tribunais diferentes. Mas não há como separá-los e explico o porquê.

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Foi na votação pela admissibilidade do primeiro processo que começava a ser construída a absolvição de Moisés no segundo.

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Era uma sexta-feira, 23 de outubro de 2020. Os deputados descontentes pela insustentável relação com o executivo, se fecharam em bloco para afastar Moisés do poder. Tudo muito bem articulado.

O plano era ‘expulsar’ governador e vice, juntos. E o comando do Estado caíria no colo do Legislativo Catarinense.

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Mas no meio da votação que invadiu a madrugada de sábado havia um surpreendente Sargento Lima. No anseio de proteger a correligionária Daniela Reinehr o deputado fortaleceu Carlos Moisés.

O governador acabou afastado, é verdade, e a vice poupada por Lima assumiu o governo.

Mas a traição não seria perdoada pelos corredores da Alesc. Sem saber, Sargento Lima desobstruiu o caminho do diálogo entre o governador afastado e o legislativo, bloqueado fazia quase dois anos.

A coluna apurou que no mesmo sábado, horas depois da votação, assessores dos dois lados ja conversavam na tentativa de uma improvável aproximação.

Foram dias, semanas de muita conversa, que deram resultado. Moisés foi reconduzido ao governo um mês depois. Aberto ao diálogo, fortalecido politicamente e sem abrir mão da sua ala mais próxima, mais técnica e confiável.

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E veio conduzindo assim a sua gestão até esta sexta, 7 de maio de 2021, quando 5 desembargadores votaram pelo impeachment.

Quis o destino que Moisés fosse salvo pelas mãos de deputados que o sangraram por meses. Uma aproximação só possível pelo voto do sargento, que certamente acreditava em outro futuro para o governo, mas não desse jeito.

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