A Justiça do Trabalho condenou uma produtora de suínos de Chapecó a pagar R$ 10 mil de indenização a um trabalhador haitiano por assédio moral. E saiu barato. Segundo a investigação, ele era tratado por colegas brasileiros com ‘vaias’ e ‘urros’, sendo alvo de ofensas até do supervisor direto.

Continua depois da publicidade

> Reajuste salarial dos professores de SC vai para Alesc; veja detalhes do projeto

O funcionário, que atuava no carregamento de rebanhos para caminhões, disse que era hostilizado pelos colegas brasileiros, teve o armário arrombado e virou chacota no grupo porque um dia relatou uma indisposição intestinal.

> Reduto do surf em Florianópolis é tomado por festas clandestinas e drogas; veja vídeo

Um colega confirmou que os brasileiros tinha o hábito de ‘vaiar’, ‘urrar’ e ‘rir’ do haitiano, sem que houvesse reprovação alguma da chefia. A ponto do rapaz se alimentar fora do refeitório da empresa para evitar mais constrangimentos.

Continua depois da publicidade

> SC faz alerta aos municípios sobre retirada das vacinas contra Covid

Entenda o caso

Em um primeiro momento, a 2ª Vara do Trabalho de Chapecó considerou insuficientes as provas apresentadas para culpar o empregador. Na avaliação do juíz, os depoimentos confirmam um relacionamento ruim entre os brasileiros e os demais empregados estrangeiros, haitianos e venezuelanos, mas não evidenciam responsabilidade à empresa.

A defesa recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho de SC e a 3ª Câmara, por maioria de votos, reformou a decisão por entender que há, sim, elementos que comprovam a omissão da empresa.

> SC vai vacinar industriais contra Covid e nega pedidos de prioridade a 16 grupos

> Mortes de idosos por Covid-19 em SC caem 75% após vacinação, diz Saúde

O desembargador relator, José Ernesto Manzi, afirmou: “empresas que contratam trabalhadores estrangeiros têm a obrigação de atuar ativamente contra práticas de discriminação”.

Ele disse que não são brincadeiras leves e deveriam ter sido imediatamente repudiadas pelo superior.

> Catarinenses vão avaliar governo Moisés e sugerir novas ações; veja como

> Preço do botijão de gás pode chegar a R$ 150 em SC, alerta sindicato

“Não se está falando em amizade entre os colegas de trabalho, mas sim em respeito. O superior que age abusivamente incentiva os empregados a agirem com o mesmo desprezo”, concluiu.

Continua depois da publicidade

Não há mais recursos.  

Leia também

Estoque de sangue em SC atinge melhor nível desde o começo da pandemia​

Projeto de lei permite intérprete de libras durante o parto em SC; entenda​​

O que fica proibido e liberado em SC com novo decreto contra Covid-19

Saiba como receber notícias de Santa Catarina no WhatsApp