A Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte) tem recebido várias denúncias de corridas de rua clandestinas por todas as regiões do Estado. E olha que a semana foi de conversas importantes entre representantes da Associação dos Organizadores de Corrida de Rua e Esportes Outdoor (Abraceo) e as autoridades do Estado, com a apresentação de um novo e minucioso protocolo. Só que por enquanto, as provas não podem acontecer por decreto do governo. Ainda assim, organizadores ‘independentes’ insistem.
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Nos últimos dias foram várias denúncias. As divulgações das provas acontecem por redes sociais e grupos de WhatsApp, com regulamento definido e taxas de inscrição que, em alguns casos, passam dos R$ 1 mil com hospedagem por participante.
Foi assim em Palhoça, Lauro Müller, Timbó, Balneário Camboriú, só para trazer alguns exemplos. Na vizinha Camboriú, um evento de bike aconteceu no domingo (30). Tudo muito bem organizado. Mas não estava permitido.

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Em um post nas redes sociais, os idealizadores da prova agradeceram atletas, staff, patrocinadores, apoiadores e até o ‘governo local’ e a Polícia Militar.

Em Lauro Müller, no Sul do Estado, toda a programação foi preparada para uma corrida paradisíaca pela Serra do Corvo Branco. O local é lindo. Mas a prova não poderia acontecer por decisão de governo.

Em Gravatal, no Sul do Estado, uma corrida de rua está ‘prevista’ para o dia 20 de junho. E tem até convite da prefeitura. O vídeo foi postado na terça (1°), em uma rede social da empresa que organiza a prova.
Eventos esportivos de rua “não autorizados” seguem ocorrendo, ou sendo programados, em SC. O Estado suspendeu alguns. São várias denúncias, mtas vezes feitas por quem cumpre as regras e fica revoltado. Agora não pode. No vídeo, a prefeitura de Gravatal participa de um “convite”: pic.twitter.com/tmNbAjzhRe
— Raphael Faraco (@raphaelfaraco) June 4, 2021Continua depois da publicidade
As denúncias chegam de todas as regiões de SC. Muitas vezes, por quem cumpre as regras e fica revoltado com quem tenta seguir na ‘clandestinidade’.
A Fesporte recebe a informação, repassa para a Secretaria de Estado da Saúde que encaminha para a vigilância sanitária municipal e os organizadores são comunicados sobre a suspensão do evento.
No fim de abril, a portaria conjunta 441 definiu as regras para eventos esportivos em SC. As corridas só poderiam acontecer com autorização de prefeitura e Fesporte, mediante a apresentação de protocolo com todos os cuidados para este momento de pandemia.
Mas segundo o presidente da Fundação, Kelvin Soares, o Estado voltou a proibir as provas pela possibilidade da chegada de uma terceira onda de Covid-19 ao Estado. Ele entende que dá para avançar nas conversas, mas não desta forma.
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Inclusive, na quarta (2), o presidente recebeu representantes da Abraceo para uma conversa importante. E ficou muito satisfeito com o que viu e ouviu.
— O protocolo apresentado pela associação é muito bom. E seguimos tentando encontrar uma maneira segura para realizar os eventos. O momento da pandemia é grave e com todos os cuidados tentaremos avançar. Mas as provas sem autorização só atrapalham os planos. Por enquanto, não pode. Seguiremos fiscalizando — reforçou o presidente da Fesporte.
Contrapontos
A Prefeitura Municipal de Gravatal e a Secretaria Municipal de Turismo informam que o convite gravado em vídeo para o Desafio Pedra do Índio, corrida programada para 20 de junho, não foi divulgado em seus canais oficiais devido às medidas restritivas decretadas pelo Governo do Estado logo em seguida, e reforçam que diante da incerteza da Matriz de Risco na Região para realização do evento, o mesmo não deverá se realizar, especialmente, em condições contrárias às previstas em Decreto Estadual vigente.
O comandante da Polícia Militar em Camboriú, capitão Rafael Zancanaro, disse que não tinha conhecimento do evento realizado na cidade domingo, que a PM cumpre as normas do decreto estadual e se for acionada ou solicitada previamente para análise, seguirá de acordo. O agradecimento feito pela organização da prova à PM será apurado.
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A coluna ainda aguarda um posicionamento da prefeitura de Camboriú, também citada.
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