No ano mais complicado da vida de Moisés, um homem esteve sempre ao seu lado. Marcos Probst foi o braço jurídico, e em vezes político, do governador.

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Natural de Blumenau no Vale do Itajaí, o jovem advogado com 40 anos ainda por completar foi apresentado a Moisés em junho de 2020.

— Não conhecia ninguém do governo. Um dia recebi a ligação do deputado federal Carlos Chiodini, meu amigo, perguntando se eu podia atender ao Juliano Chiodelli, secretário adjunto da Casa Civil. Fizemos uma primeira conversa e expus o que eu pensava — conta Probst.

Ele sabia que estava diante de uma tortuosa e desafiadora causa, mas que poderia se transformar na maior conquista da sua carreira.

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— Passada uma semana, fui chamado para uma reunião com o governador. Fui muito sincero e retratei um cenário perigoso, que merecia ações urgentes no campo jurídico e político — completou.

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Ainda era o começo da pandemia em SC e o Estado passava por seu momento mais delicado. Uma compra desastrosa de 200 respiradores por R$ 33 milhões, com pagamento antecipado e sem garantias.

O escândalo veio a público e Moisés viu sua sólida equipe, desmoronar.

O secretário da Saúde pediu a exoneração. O da Casa Civil chegou a ser preso. Um governo que do dia para a noite passou a ‘apanhar’ da opinião pública, da imprensa e do parlamento.

A Força-tarefa com promotores e delegados investigava envolvidos e crimes. A CPI na Assembleia Legislativa o destruía a cada sessão. E a equiparação salarial concedida aos procuradores do Estado meses antes, apimentou o jogo como o objeto perfeito para afastamento do governador e da vice.

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Com o Executivo sem base alguma na Alesc, o impeachment parecia encaminhado. Todos os elementos apontavam para uma derrota nos tribunais.

— Os momentos mais críticos foram nos dois afastamentos, porque possuem repercussões jurídicas e políticas muito intensas. E no dia da busca e apreensão da Polícia Federal na Casa d`Agronômica. Esses três momentos talvez representem as maiores injustiças na história recente de SC — confidenciou o advogado. 

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A participação de Moisés no caso dos respiradores foi descartada pela Polícia Civil, Ministério Público de SC, Tribunal de Contas do Estado, Polícia Federal, Procuradoria-Geral da República e Superior Tribunal de Justiça.

Faltava a última investigação: o Tribunal do Impeachment. Um julgamento técnico, político e independente.

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Tanto que os 5 desembargadores apontaram omissão do governador e votaram por condená-lo. Mas já era um Moisés calçado na Alesc.

O fato é que no momento de maior fragilidade política do governador, a base jurídica era forte. E quando tecnicamente nada funcionou, ele acabou salvo pelo parlamento.

Probst participou de tudo, do início ao fim. Defendeu Moisés nos julgamentos e abriu caminhos para uma aproximação com a Alesc quando tudo parecia perdido.

— Creio que o governador sai muito fortalecido desses processos, com um grupo experiente e competente no primeiro escalão, apto a entregar muitas ações em benefício da sociedade — finalizou Probst.

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