O governador Carlos Moisés da Silva, eleito em 2018 com 71% dos votos dos catarinenses, assume pela terceira vez no mesmo mandato. Foram dois afastamentos por processos de impeachment em pouco mais de 6 meses.
Continua depois da publicidade
Em entrevista à coluna, Moisés fala do sentimento pelo retorno e das prioridades do “novo” governo.
> Moisés confirma volta de secretários ao governo após impeachment dos respiradores: “Tempo perdido”
Acompanhe a conversa na íntegra:
Qual a análise que o senhor faz do julgamento desta sexta-feira?
Minha análise é que o erro foi reparado. A verdade prevaleceu. Não havia justa causa para o processo de impeachment.
Continua depois da publicidade
O senhor não era político. Teve que aprender a ser como governador. Qual o aprendizado vencidos os dois processos de impeachment?
O maior aprendizado foi reforçar um convicção que carrego comigo há muito tempo: a de que as pessoas comuns devem cada vez mais fazer parte da política, ocupar os espaços públicos para fazer das suas convicções ações concretas em defesa do bem comum, da coletividade.
O senhor acredita que politicamente poderia ter evitado os processos?
Acredito que sim, já que o processo de impeachment inicia com uma decisão política, não jurídica. O que se tem que avaliar é o quanto isso custaria aos catarinenses.
O que muda no governo de Santa Catarina em relação ao governo Moisés que comandou o estado até começo de 2020?
Continua depois da publicidade
Absolutamente nada. Continuo imbuído do propósito de combater as práticas não republicanas na administração pública e em fazer as ações e os investimentos necessários para que o Estado de Santa Catarina continue avançando em todas as áreas, em todas as regiões.
Será um governo mais parecido com o que assumiu depois do primeiro afastamento ou com o que iniciou o trabalho em 2019?
Será um governo focado em tudo aquilo que represente o interesse do povo catarinense, dialogando com os demais poderes, respeitando as diferenças e as divergências.
> Defesa de Moisés consegue anular efeitos da sessão do Conselho do MPSC sobre caso dos respiradores
Continua depois da publicidade
Os secretários do Grupo Gestor do seu governo retornam?
Sim.
E as pastas como Saúde e Infraestrura, que também passaram por mudanças, os seus secretários voltam?
Essas duas pastas vinham realizando um excelente trabalho e voltam para dar continuidade a esse trabalho. Na infraestrutura, apenas para citar um exemplo, regiões catarinenses que há décadas aguardavam por investimentos estão recebendo a atenção que merecem por parte do governo. Na saúde, ainda estamos enfrentando uma pandemia e temos que manter as políticas públicas até aqui desenvolvidas.
Qual serão as prioridades deste novo governo Moisés?
A prioridade será o enfrentamento à pandemia para que possamos retomar a normalidade do nosso cotidiano no mais curto espaço de tempo.
Pelo que o senhor tem acompanhado da pandemia, que atitudes pretende tomar nos próximos dias?
Tenho acompanhado diariamente a evolução do quadro em todas as regiões do Estado. As medidas que iremos tomar serão baseadas em critérios técnicos-científicos de acordo com a necessidade que for identificada.
O senhor teme uma nova onda de Covid como a de março?
O temor por uma nova onda de disseminação sempre existe, principalmente em razão das mutações que o vírus já se mostrou capaz.
Continua depois da publicidade
> Chegada de novas vacinas Coronavac a SC garante fim da espera pela segunda dose, diz governo
Sobre a vacinação, qual serão as medidas para tentar acelerar o processo no Estado?
Vamos retomar o contato com o Ministério da Saúde e avaliar ações para acelerar a vacinação de nossa gente.
O auxílio emergencial do Estado irá sair do papel?
Sem dúvida. Essa foi uma iniciativa nossa que será implementada. Nossa intenção é auxiliar não apenas as famílias carentes que não integram programas de transferência de renda, mas também os micro e pequenos empresários e os trabalhadores informais que viram sua renda praticamente desaparecer em razão dessa triste crise sanitária.
> Vitória de Moisés no impeachment dos respiradores nasce na traição de Sargento Lima à Alesc
As obras de infraestrutura seguirão uma prioridade do governo? Quais?
Essa pergunta demandaria uma resposta tão longa que infelizmente não tenho como fazer aqui, agora. Estamos falando em obras que somam mais de R$ 5 bilhões, investimentos em todas as regiões de Santa Catarina nos modais rodoviário, aeroviário e portuário a fim de garantir o fortalecimento da cadeia logística e a mobilidade e integração regional.
O Estado vai aplicar recursos nas rodovias federais, como previsto anteriormente?
No que depender de mim, sim. Nossa política de enxugamento da máquina pública, redução de cargos comissionados, revisão e readequarmos contratos nos dá fôlego financeiro para investir nas rodovias federais. Vamos trabalhar junto à Assembleia para derrubar o veto ao projeto de lei que autoriza o repasse de R$ 350 milhões para esse fim. O projeto foi enviado pelo Governo e aprimorado pelo Parlamento, que, assim como eu, entende que o governo catarinense deve investir na recuperação da malha federal, que, além de melhorar o escoamento da nossa produção, vai representar a redução de acidentes e mortes nas estradas.
Continua depois da publicidade
O senhor pensa em reeleição?
O foco agora é trabalhar pelo Estado e sua gente.
Passados os dois processos de impeachment, como o senhor se sente para seguir governando Santa Catarina?
Com mais força e entusiasmo do que nunca. E com a certeza de que os catarinenses conhecem ainda mais o seu governador.
> Receba as principais notícias de Santa Catarina pelo Whatsapp