O ex-presidente da Casan, Laudelino Bastos, concedeu uma longa entrevista ao Programa Notícia na Manhã desta quinta (31), sobre as acusações de que a empresa foi no mínimo “omissa” nos cuidados com os valores pagos pela Fundação Catarinense de Assistência Social (Fucas) à Companhia, em 2014. A dívida, de mais de R$ 11 milhões, foi supostamente quitada por cotas de dois fundos de investimentos. À época, Laudelino era o diretor financeiro da Casan.
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Como a coluna publicou, o deputado Matheus Cadorin (Novo) usou o seu espaço na tribuna da Alesc na quarta-feira (30) para fazer cobranças sobre o assunto, com base em investigações em andamento no Tribunal de Contas do Estado (TCE/SC) e dentro da própria Casan, por meio de uma sindicância.
— Estamos diante de um problema gigantesco, com um buraco de R$ 17 milhões nos cofres da empresa — disse o parlamentar.
Ele se refere ao valor atualizado da dívida.
O deputado questionou por que os valores foram parar nas cotas de uma empresa de laticínios do Rio de Janeiro e afirma que os R$ 17 milhões “evaporaram”.
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— Hoje as ações da empresa não valem nada — disparou Cadorin.
Segundo Laudelino Bastos, hoje não há como confirmar os prejuízos porque a empresa de laticínios continua em atividade.
Na entrevista exclusiva de aproximadamente 25 minutos, o ex-presidente da Casan, que deixou o cargo na semana passada, explicou porque a empresa aceitou o pagamento da dívida neste formato. Rebateu as acusações de que as negociações com a Fucas foram “informais” e admitiu que em um determinado momento houve falha.
— Nós não sabíamos que a administradora do fundo tinha autonomia para reinvestir os valores. Foi um ato ilegal. Sem a nossa autorização — afirmou Laudelino.
Laudelino Bastos fala dos valores da Casan investidos no fundo que foram “aplicados” na empresa de laticínios.
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A investigação que corre no TCE está em fase final para a conclusão da área técnica. Na sequência, será encaminhada ao Ministério Público de Contas até chegar ao conselheiro relator.