De acordo com dados do Tribunal de Contas do Estado, extraídos pelos investigadores da Operação Mensageiro, a Serrana Engenharia teria participado de 780 licitações em Santa Catarina. Das prefeituras, teria recebido mais de R$ 760 milhões, em grande parte, fruto de licitações fraudulentas para a contratação do serviço de coleta de lixo e iluminação pública com os municípios.
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A empresa ainda administra seis aterros sanitários no Estado, nas cidades de Mafra, Rio Negrinho, Ibirama, Pescaria Brava, Otacílio Costa e Lages.
A Serrana, com matriz em Joinville, tem 17 filiais pelo país. A maioria em SC. A atuação no Estado chega a 140 municípios, se somarmos toda a operação do grupo.
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De acordo com as investigações, a empresa é responsável por um “propinoduto” sem precedentes no Estado. Um forte sistema suspeito de corromper agentes públicos para garantir contratos milionários, muitas vezes superfaturados, com as prefeituras.
Em três fases, a Operação Mensageiro prendeu preventivamente sete prefeitos. E há relatos e fortes indícios de que haveria fraudes na contratação com, ao menos, 20 prefeituras.
“Arrisca-se afirmar que a empresa Serrana Engenharia mantém, desde sua constituição até os dias atuais, o maior e mais complexo esquema criminoso de pagamento de vantagens espúrias para inúmeros agentes públicos e políticos no Estado de Santa Catarina com o objetivo único de manter sua hegemonia e monopólio no serviço público essencial de coleta e tratamento de lixo. Os custos de tamanha ganância e ofensa aos preceitos constitucionais são ainda incalculáveis”, afirma a investigação.
O que se apura são supostas práticas criminosas, com a participação de dezenas de prefeitos, outros agentes públicos, sócios e funcionários da empresa privada que já teriam “depenado” os cofres municipais em mais de R$ 100 milhões. Sem falar no lucro da Serrana que, se segundo investigações preliminares, passaria dos R$ 430 milhões.
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O advogado da Serrana Engenharia, Dante D’Aquino, explica que “os processos correm em segredo de justiça e, por esse motivo, não podemos nos manifestar a respeito do seu conteúdo”.
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