Falei extamente isso no Jornal do Almoço de sábado (1) e no Bom Dia SC desta segunda (3), na NSC TV. O retorno da Dona Ivanir, depois de 56 dias no Espírito Santo (ES), é a notícia da última semana em Santa Catarina.

Continua depois da publicidade

> Veja como receber as principais notícias de Santa Catarina no WhatsApp

Ora, basta lembrarmos que entre os dias 3 e 9 de março o governo do Estado transferiu cinco pacientes para o ES. Todos com o quadro clínico delicado. Ela foi a única que sobreviveu.

— Estou me recuperando bem, me sentindo bem. Principalmente por pensar que não ia mais mais voltar para casa e hoje estou aqui — disse emocionada à coluna.

“Espero voltar a trabalhar”

Ivanir Terezinha de Almeida de 70 anos é uma vencedora da pandemia. Ela foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Chapecó, transferida para a enfermaria em Mondaí, internada em uma UTI de São Miguel do Oeste, onde foi intubada, e levada para o Espírito Santo. 

Continua depois da publicidade

> SC libera eventos e casas noturnas com novas regras até 17 de maio; leia o decreto

Percorreu mais de 2,1 mil quilômetros em 6 dias com 70% do pulmão comprometido na busca pelo melhor atendimento. 

— Depois da UPA não lembro mais. Aí quando voltei do coma fiz muitas perguntas para entender o que estava acontecendo. Por que me levaram para tão longe, com pessoas diferentes, sotaque diferente? Todos foram muito queridos comigo.

Dona Ivanir e os familiares no sábado (1)
Dona Ivanir e os familiares no sábado (1) (Foto: Elizangela Almeida, arquivo pessoal)

Dona Ivanir ficou um mês intubada. E o tratamento deu certo. No sábado (1) ela desembarcou em Chapecó e pôde, enfim, desfrutar do carinho da família. Era dia do trabalhador. Combina bem com uma das suas prioridades agora.

— Sou taxista há 22 anos e espero voltar a trabalhar. Me recuperar bem para poder retomar a minha rotina — comentou.

Continua depois da publicidade

> Cirurgias eletivas em SC seguem suspensas

Mas antes precisa superar a ausência do seo Luiz, namorado com quem se relacionava há 4 anos. Pegaram Covid-19 juntos. Ele não resistiu.

E para ajudar a assimilar esta perda, chegou a pequena Cecília. Sim, Dona Ivanir foi para o Espírito Santo avó e voltou bisavó. No segundo dia de internação por lá, nascia aqui a sua primeira bisneta.

— Já está com quase dois meses e eu ainda não conheci. Já que Deus me proporcionou essa nova vida, vou aproveitar ainda mais a minha família.

A bisneta Cecília que D. Ivanir só conhece por foto
A bisneta Cecília que D. Ivanir só conhece por foto (Foto: Divulgação)

Exemplo

Não há como não se emocionar com esta história de vida. Em meio a mais de 400 mil perdas no país, a pandemia também nos dá exemplos de grandes vitórias. 

Continua depois da publicidade

Que certamente não irão diminuir o luto de tantas famílias. Mas nos ajuda a seguir. Nos dá ânimo para continuar acreditando que vale muito a pena um esforço a mais pela nossa saúde.  

Veja o vídeo que ela gravou para a coluna

 Leia também:

> Primeira remessa da Pfizer para Santa Catarina chega nesta segunda

> Prefeitura de São José ignora reunião sobre cracolândia no bairro Campinas