Certamente quando você olhou para o céu em um dia ensolarado já percebeu um avião voando bem alto deixando um rastro. Já viu, né? Mas talvez você não saiba que algo tão simples seja motivo de grande polêmica. Estou falando do embate entre trilhas de condensação – tradução do termo contrails, em inglês – e rastros químicos – tradução do termo chemtrails, em inglês.
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Quero focar aqui no que é a verdade científica, nas trilhas de condensação.
Os rastros químicos não passam de mais uma teoria da conspiração. As trilhas de condensação são nuvens antropogênicas, ou seja, geradas artificialmente pelo homem.
Quando um avião em altitude de cruzeiro passa por uma região, há possibilidade da formação desta nuvem artificial. Apesar de não ser natural, ela é uma nuvem. Ou seja, é de interesse da meteorologia. Lendo sobre o assunto, encontrei um trabalho bem interessante dos colegas Vanessa Lins e Renato Ramos da Silva.
Neste trabalho científico, eles mostram o que acontece fisicamente para que as trilhas de condensação surjam. Para isso, eles separaram alguns voos que cruzam Santa Catarina. Estes voos passam a uma altitude de 10 km a 12 km. O mais interessante é que dependendo da condição da atmosfera – uma das características é que a temperatura em altitude pode ser de pelo menos -50 ºC – a trilha de condensação pode se tornar até mesmo uma nuvem natural, uma cirrus.
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Para que isso ocorra é necessário a saturação de gelo. No dia considerado pelo estudo tínhamos junto com a trilha de condensação uma nuvem natural chama cirrustratus. Nuvens de aspecto fino, como véu que cobrem o céu em um tom esbranquiçado. Essas nuvens possuem bastante cristais de gelo. Então, as partículas que saem da pluma do avião ao encontrarem esse cenário crescem e se desenvolvem, ganhando características de uma nuvem cirrus de verdade.
A conclusão do estudo diz que entender a formação das trilhas de condensação é de suma importância para construir motores que sejam mais eficientes e que depositem menos gases na atmosfera, para causar menos impacto no clima.
Período Propício
Estações do ano como a primavera e o outono tendem a ter um cenário mais propício para o surgimento das trilhas de condensação. Isso porque são estações onde temos uma frequência maior de dias ensolarados e com uma atmosfera bem fria em altitude. Tudo poque são estações que precedem ou antecedem o inverno. Justamente a estação com maior quantidade de massas de ar frio suficientes para deixar a atmosfera no seu topo muito fria.
Trilhas de Condensação
São nuvens que aparecem atrás do avião quando temos uma combustão incompleta da aeronave. Isso libera uma pluma quente composta por dióxido de carbono, vapor d´água e outros agentes químicos. Tudo produz gelo na borda da turbina. A mistura com o ar frio da atmosfera pode atingir a supersaturação e produzir a condensação e formação de cristais de gelo, ou seja, a nuvem.
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Isso só ocorre em altitude de cruzeiro. Dependendo da temperatura e da quantidade de umidade no ar, estes rastros evaporam rapidamente ou permanecem por mais tempo.
Numa atmosfera com baixa umidade, o rastro evapora rápido. Fica algo bem próximo do avião. Numa atmosfera com alta umidade, o rastro permanece por mais tempo depois da passagem da aeronave.
Rastro Químico
Esta é a teoria que diz que os rastros deixados por aviões são agentes químicos ou biológicos lançados sobre a população para causar danos à saúde. Estes rastros também são chamados de trilha química, já que se assemelham a uma pulverização comum na agricultura ou na semeadura de nuvens ou até mesmo no combate aéreo de incêndios.
Quem compartilha desta teoria da conspiração também acredita que a finalidade seria para provocar um escurecimento global, controle populacional, controle do tempo ou até uma guerra biológica.
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No fundo, os rastros deixados pelos aviões são na verdade evidência de um plano secreto que tenta envenenar o planeta e até a promover um extermínio populacional.
Altitude de Cruzeiro
É onde a maior parte dos aviões comerciais costumam voar. Está normalmente a 11 quilômetros da superfície. Para vencer a resistência do ar o avião queima combustível. Ele rompe o ar através da chamada força de arrasto.
A questão é que quanto mais rápido o avião, maior esta força. Porém, ela diminui muito à medida que se voa mais alto. Isso porque o ar se torna menos denso e, por isso, oferece menor resistência.
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