Durante o final da tarde deste domingo (30), o céu no Norte do Estado – região de Joinville – chamou atenção das pessoas. O espetáculo estava na coloração, como as fotos abaixo mostram:
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Para quem não lembra, no último dia 15 de Janeiro tivemos a erupção de um vulcão submarino em Tonga, na Oceania. Pela grande intensidade da erupção, a fumaça alcançou a estratosfera mais ou menos numa altitude de 23 a 26 km.
Acontece que na atmosfera há correntes de vento que vão em diversas direções. Neste caso, essa corrente natural espalhou a pluma da erupção pelo planeta.
Abaixo temos a localização do vulcão – que fica mais próximo da Austrália.
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Pela ação desse vento em altitude, depois de aproximadamente uns 15 dias essa pluma chegou até o Norte de Santa Catarina. Como ela está a uma grande distancia do solo, acima da troposfera – não é possível perceber a olho nu, a não ser quando temos o nascer ou o pôr do sol.
O QUE PROVOCA ESSA COLORAÇÃO
É preciso lembrar que a luz do sol é branca, cor que resulta da soma das sete cores do arco-íris (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta).
Quando os raios solares atravessam a atmosfera terrestre, uma parte desses raios luminosos se dispersam nas partículas do ar.
Com o sol alto, as cores formadas por ondas de maior amplitude contornam essas partículas. Já as ondas de menor amplitude, como o violeta, azul e anil, não conseguem atravessar as partículas e acabam se espalhando e de dispersando em várias direções pelo céu.
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Na medida em que o sol nasce ou se põe, seus raios luminosos precisam atravessar um pedaço maior da atmosfera, colidindo com mais obstáculos.
Tanto no nascer quanto no pôr do sol, até as ondas longas, laranja e vermelho, acabam trombando e se desviando pelas partículas da atmosfera, avermelhando gradativamente o horizonte.
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Por conta disso, com a pluma da erupção do vulcão sobre a nossa região, temos mais desses obstáculos para a luz solar branca – o que acaba contribuindo para nascer ou pôr do sol mais alaranjado/avermelhado.
Outro detalhe é que essa coloração no céu é algo rápido. Assim que a posição do sol vai se alterando, a luminosidade vai mudando e alterando as cores que enxergamos no céu.
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ESSA PLUMA TRAZ ALGUM RISCO?
Importante destacar que esse fenômeno não provoca risco algum. Como a pluma está numa altitude acima da troposfera – onde as nuvens se formam – não há risco de teremos – por exemplo – uma chuva ácida.
Segundo a Marcia Yamasoe, professora do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP), em entrevista ao site “O Vale”, essa pluma deverá ficar por alguns dias, já que na altura onde se encontra – estratosfera – o processo de deposição é muito mais lento.
Se tivesse ficado mais baixo – na troposfera – a chuva e as nuvens, iriam remover muito mais facilmente.
Segundo a professora, a pluma continuará circulando e deve dar a volta ao mundo.
— Como está há 26 km, muito alto, antes de se depositar e chegar aqui embaixo, essa pluma vai se dissolvendo, vai se espalhando cada vez mais. Então, quando começar a depositar, vai ficar em quantidades tão pequena que, realmente, para a população não há risco — explicou.
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