Durante a semana tivemos um período bastante chuvoso em todas as regiões do Estado. Algo que não ocorreia por um bom tempo. Chuva que foi muito bem-vinda diante da estiagem que SC passa com 80 cidades em estado de emergência devido a pouca chuva. Nesse sentido, a chuva ajudou a diminuir os problemas da estiagem apesar dela seguir.

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Porém, na noite de terça-feira passada (8), algumas cidades entre o Vale do Itajaí, Grande Florianópolis e Sul de SC tiveram uma chuva excessiva. A região com maior volume acumulado foi Canelinha, onde em poucas horas tivemos 286 mm. Para terem ideia, o normal de chuva em Junho na região é algo entre 90 e 110 mm.

Tivemos em poucas horas quase 3 vezes mais chuva que o padrão da época do ano. Nem na tragédia de 2008, tivemos em poucas horas tanta chuva quanto tivemos em Canelinha. Outras cidades tiveram só na noite de terça para quarta, mais chuva que o padrão de um mês de junho. O resultado foi: alagamentos, deslizamentos, prejuízos diversos. 

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Um desses prejuízos que chamou atenção foi a queda de uma ponte em Brusque. Você deve ter visto imagens do momento que a ponte caiu. Na oportunidade um caminhão passava por ela e por muita sorte consegui escapar. Um segundo caminhão e uma moto conseguiram frear a tempo de cair no buraco que se abriu. Uma pedestre não teve a mesma sorte. Ela estava no ponte e acabou caindo, mas felizmente consegui sair sem maiores problemas.

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Esse fato faz a gente ter uma reflexão. Chover de manaeira excessiva em poucas horas -superando o normal de um mês inteiro – é algo completamente normal para SC. Já tivemos isso várias vezes. Em algumas oportunidades, infelizmente, até com mortes. Muitas delas devido a problemas como essa da ponte de Brusque. Quando pessoas se colocam em risco ou quando infraestruturas não têm a sua devida manutenção. 

Felizmente não houve mortes no caso da ponte de Brusque, mas se tivesse ocorrido? A culpa teria sido da chuva? Provalemente alguns diriam que sim. Porém, a culpa teria sido da falta de manutenção e da fiscalização que não deu os reparos necessários e que deixou que a população ficasse completamente exposta a um altíssimo risco.

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A chuva foi o start, mas não a causa principal. É necessário cada vez mais que saibamos lidar com os eventos extremos do tempo. Não só com enxurradas, mas com os fortes ventos que podem vir de ciclones, micro explosões, tornados entre outros motivos. Santa Catarina pela sua localização geográfica recebe encontro de massa de ar quentes e frias.

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Tem alguns sistemas, fenômenos meteorológicos fortes. Sempre terá eventos extremos. E devido o aquecimento global, terá eles numa frequência maior e muito provavelmente, mais intenso. Está mais do que na hora de entender que as infraestruturas precisam estar preparadas para minimizar os impactos dos extremos do tempo.

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