Lá no final de setembro em grande parte do Brasil e, para nós aqui de SC, no início de outubro, a temperatura começou a chamar muita atenção. No último dia 1° a cidade de Jaraguá do Sul chegou ter 43,8°C. Esta é a segunda temperatura mais alta já registrada em SC independente do mês. 

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Ela só ficou atrás dos 44,6°C ocorrido em Orleans em Janeiro de 63. Essa temperatura de Jaraguá é igual a que aconteceu em Criciúma em Abril de 2017. Detalhe: duas das três maiores temperaturas da histórica ocorream nos últimos 3 anos.

Se olharmos para as cidades do Centro Oeste e Sudeste do Brasil vamos ver que há vários dias estamos tendo temperaturas acima de 40°C em muitas cidades. Para vocês terem ideia do calor, nesta semana o Instituto Nacional de Meteorologia alertou a população de cidades de Minas Gerais sobre o risco de hipetermia, ou seja, grande elevação da temperatura corporal levando a falência de orgão vitais.

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O PERIGO DE UMA ONDA DE CALOR

Para vocês terem ideia, as ondas de calor nos EUA são responsáveis por mais mortes do que propriamente os furacões que passam pelo país. 

Segundo estudos, na China o calor forte que dura mais de 5 dias aumentou o número de morte em idosos em 18% chegando a 22% em crianças. Esse grupo de pessoas é mais suscetível porque tem maior dificuldade de manter a temperatura do corpo quando está muito quente.

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Essa preocupação precisa ser assunto das pessoas já que os dias com temperaturas muito elevadas vem aumentando. Para terem ideia, uma trabalho apresentado na revista International Journal fo Climatology mostrou que em São Paulo nas décadas de 1960 e 1970 tinhamos em torno de 15 dias com altas temperaturas anualmente. Porém, em 2010 tivemos 40 dias chegando a 50 dias em 2014.

AQUECIMENTO DO PLANETA

A colega meteorologista Renata Libonati da UFRJ publicou um trabalho onde ela diz que “O aumento da duração, intensidade e frequência das ondas de calor refletem o acréscimo da temperatura média global decorrente da elevada emissão de gases do efeito estufa e é exacerbado, em parte, pelas ilhas de calor.” 

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Para quem não lembra, estas ilhas de calor ocorrem nas cidades devido a construção de prédios e a pavimentação das ruas. Isso faz com que as superfícies urbanas absorvam mais radiação solar do que o solo e a vegetação repassando isso para o ar adjacente que aquece rapidamente elevando a temperatura. Quando se tem menos áreas verdes as cidades não liberam o excesso de calor por meio da evaporação e da transpiração das árvores.

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AQUECIMENTO GLOBAL NÃO É SÓ CALOR

Antes de Jaraguá do Sul registrar no início do mês a segunda maior temperatura da história de SC, lembro que o Norte do Estado, a região de Joinviile, chegou ter neve no mês de agosto. Isso é importante! Muitas vezes quando se relata uma forte onda de frio com neve em locias não muito comuns – como em Joinville neste ano – os céticos usam a informação para desvalorizar o problema do aquecimento global. Grande erro!

Quando a temperatura do planeta aumenta a quantidade de energia na atmosfera aumenta. Isso faz com que os sistemas meteorológicos que atuam em cada estação do ano fiquem ainda mais intensos. Desta forma, os extremos do tempo ficam mais frequêntes e fortes. Diante disso, quando tivermos ondas de calor estas serão mais fortes e duradouras. Só que quando tivermos ondas de frio, essas poderão ser ainda mais fortes. Porém, mais curtas! 

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Isso se aplica para a chuva, ou seja, quando tiver escasses, as secas serão mais severas, mas quando elas forem fortes, as enchentes poderão ser mais drásticas com violentos temporais.

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Resumindo? Aquecimento global desencadei mudanças climáticas com os extremos do tempo mais frequêntes e intensos

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A NOSSA PARTICIPAÇÃO

Quando falamos de aquecimento global não imagine que é algo que alguém faz. Nós fazemos! Todos nós! Desde o cuidado péssimo com o meio ambiente até a derrubada de árvores. 

Eu me permito indicar uma boa leitura no site da Organização Meteorológica Mundial nesse link: https://news.un.org

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