Todas as vezes em que ouvi falar sobre o remake do primeiro The Last of Us, não quis acreditar. Fosse quando era apenas um rumor ou quando foi confirmado. Agora, até já saiu. O game é exclusivo para o Playstation 5, um videogame que pode rodar jogos do PS4, incluindo a versão remasterizada do próprio The Last of Us. Para que serve este remake mesmo?
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A ousadia não para por aí. O remake tem preço cheio. Sim, custa R$349,90, pode olhar lá na loja digital da Sony. Ou seja, se você for comprar The Last of Us Part I ou God of War Ragnarök, um jogo inteiramente novo que vai sair em novembro, vai pagar a mesma coisa no lançamento.
Para completar, quem tiver um PS5 e assinar a PS Plus, mesmo no plano de menor preço, tem acesso à chamada “Coleção Playstation Plus”, que tem, adivinhe, a versão remasterizada do The Last of Us, lançada para PS4.
O game original saiu para Playstation 3 em 14 de junho de 2013. Nestes menos de 10 anos, já houve uma versão remasterizada e agora um remake. Bizarro é pouco. E não falo isso porque acho o jogo ruim. Muito pelo contrário.
Eu joguei justamente essa versão remasterizada para o PS4. E que jogo! Acho que o primeiro The Last of Us é uma obra-prima. É um game que consegue ultrapassar a mídia videogame. É um jogo que uma pessoa que não saiba nem ligar o console consegue ver alguém jogando e se deliciar com a história, com os gráficos maravilhosos, com a trilha sonora linda.
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É um ótimo enredo, com muitos comentários relevantes sobre a forma como a gente vive. E com cenas emocionantes, como aquela inesquecível com as girafas.

Apesar de eu ser péssima em jogos que limitam a munição e dão sustinhos às vezes, achei que valeu muito a pena o tempo que investi com o primeiro The Last of Us. Se não foram horas sempre divertidas, foram acompanhando uma história que, na minha opinião, é muito boa para um videogame.
O que eu e muitos outros veículos e jogadores questionam não é a qualidade do primeiro The Last of Us, mas, sim a necessidade que a Sony tem de relançar este título pela terceira vez e em um console retrocompatível.
É claro que algumas alterações que vieram com o remake são muitíssimo bem-vindas, especialmente as de acessibilidade. E nisso eu elogio demais a Sony. Por mais que eu não tenha gostado do The Last of Us Part II, as opções de acessibilidade são muito legais, para que cada vez mais gente possa curtir os videogames. Porém, isso não poderia ser acrescentado à versão do PS4 em um patch? Não sei dizer, mas acho que valeria a tentativa.
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Talvez não ficasse tão chocada com esse remake se ele não existisse depois de várias decisões bem questionáveis que a Sony vem tomando nesta nova geração. Desde aumentar os preços dos jogos dos estúdios dela, da PS Plus, mesmo antes de anunciar a expansão do serviço, e do próprio PS5, até cobrar a mais de quem já tem a versão do PS4 de um jogo e quer a do Playstation 5.
Parece que, nesta geração, a Sony está testando a lealdade dos seus fiéis fãs. Sejam aqueles que genuinamente preferem os jogos do Playstation ou aqueles, assustadores, que enchem a boca para elogiar a empresa, enquanto ignoram totalmente o igualmente bom, mas diferente, trabalho feito pelas concorrentes.
Agora é esperar para ver se os jogadores vão embarcar na onda e nos preços da Sony ou se a empresa precisará, no futuro, mudar de estratégia.