Menos de duas semanas após a Microsoft anunciar a compra do estúdio Activision Blizzard, a Sony divulgou que a Bungie, da franquia de tiro em primeira pessoa Destiny, agora é parte da família Playstation. E a gente achando que a novela das aquisições estava acabando. Talvez ela esteja apenas começando.
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A Sony já disse que o estúdio vai continuar independente e multiplataforma. Ou seja, se você joga Destiny 2 em algo que não seja um Playstation, vai poder continuar jogando. A dúvida agora é: o que está por trás dessa aquisição?
Já sabemos que, pelo menos neste primeiro momento, Destiny vai continuar multiplataforma. No início, pensei que talvez desta forma a Sony consiga abocanhar uma fatia das microtransações do game, aquelas pequenas compras nas lojas dos jogos, geralmente de roupas ou outros itens cosméticos. Como os títulos do Playstation não costumam ter esses recursos, talvez a empresa esteja atrás de uma fatia desse bolo.
O comunicado oficial da Sony, assinado pelo presidente Jim Ryan, fala que a Bungie tem expertise em desenvolvimento multiplataforma e em jogos que continuam com atualizações e temporadas, e que isso vai ajudar a expandir o Playstation para centenas de milhões de jogadores. “A Bungie é uma grande inovadora e já desenvolveu ferramentas incríveis que vão ajudar os estúdios Playstation a chegar a novas alturas”, disse.
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E o que toda essa ladainha corporativa quer dizer? Talvez a sacada da compra do estúdio seja para ajudar os jogos da Sony a terem mais elementos multijogador, justamente essa pegada de atualizações e temporadas. Muitos dos games famosos do Playstation, como God of War, Homem-Aranha e Horizon Zero Dawn não possuem modos para vários jogadores nesse estilo. Então quem sabe a Bungie possa ajudar que essas franquias ofereçam também esta opção.
E já que estamos especulando mesmo, eu sou sempre a favor de reviver séries antigas. Acho que um ótimo uso para a tal expertise da Bungie seria ajudar a fazer um novo Killzone ou Resistance. Que tal? Afinal, o estúdio foi responsável pelos excelentes primeiros títulos da franquia Halo, que muito auxiliou a colocar o Xbox original no mapa dos jogadores.
Temos aqui muitos palpites e poucas certezas, assim como no caso da compra da Activision Blizzard. Vamos ter que esperar para ver. Porém, dá para dizer que essa onda de aquisições tá continuando e nunca se sabe o que rola nos bastidores das empresas.
Confesso que não gosto muito desse clima. Adorava o tempo do Mega Drive e Super Nintendo, ou do Nintendo 64 e Playstation, em que havia muitos jogos diferentes entre os consoles e valia muito a pena ter os dois, caso você fosse sortudo o suficiente para ter essa possibilidade. Mas, com exceção da Rare, que era da Nintendo, e agora tá na mão da Microsoft, a maior parte dessas invejáveis bibliotecas era feita sem precisar comprar os estúdios.
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Xbox e Playstation possuem muitos jogos em comum e ter um Xbox One e um Playstation 4 não significa ter tantos games diferentes assim. Pelo menos esta foi a minha experiência nesta geração. E daí um dos consoles acaba ficando encostado. Com certeza não é a mesma coisa do que ter, naquela época, um Nintendo 64 e um Playstation, cujas bibliotecas são muito diferentes.
Torço para que, no final de tudo isso, haja uma distinção maior entre Xbox e Playstation. Ao mesmo tempo, acho que essa tendência de ficar comprando estúdios talvez não traga o resultado esperando para Microsoft e Sony. Vai que mais alguma empresa gigante resolva entrar na brincadeira.
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