Nesta semana, eu deveria falar sobre o aumento de preço do Playstation 5, anunciado pela Sony. Porém, vamos adiar essa conversa para depois de um assunto bem mais agradável: a coluna Pensando Sobre Games faz dois anos!
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Para comemorar, eu vou voltar mais ou menos ao tópico do qual a gente falou no aniversário anterior. Há um ano, o papo foi sobre como os videogames deveriam fazer parte das conversas do cotidiano. E agora eu quero falar sobre algo que ocorreu comigo para exemplificar como, às vezes, a gente se sente com vergonha ou receio de explicitar o quanto gostamos de videogames.
Recentemente eu revi uma amiga muito querida, uma grande companhia durante a universidade. E veio à minha mente o dia em que a conheci.
Como eu, ela e mais um amigo chegávamos cedo na UFSC porque íamos de ônibus. Um dia, ela veio falar comigo e perguntou “o que você fez no final de semana”? Eu tinha ido a uma locadora, alugado Mortal Kombat Deception para o Gamecube e fiquei jogando.
Sendo bem sincera, fiquei com vergonha. Não conhecia aquela moça e pensei “nossa, ela vai achar isso tão tosco”.
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Tenho certeza que, se você gosta muito de videogames, alguém já disse para você que isso é “estranho”, que “não é legal”, que é “uma perda de tempo”. E você acaba ficando com vergonha desse seu hobby, talvez até queira escondê-lo.
É claro que o correto é você não dar a menor bola para essa pessoa bobalhona e fútil. Porém, quando você é muito jovem, a tendência é que você ceda, pelo menos um pouco, à sociedade.

Voltamos agora à primeira vez que conversei com a minha amiga. Eu pensei e disse “fiquei jogando videogame”. E sabe o que ela disse? “Que legal, qual videogame você tem?”.
Neste momento, outro impasse. Quem é o Gamecube na fila do pão? Na época, era o videogame de mesa da Nintendo que menos vendeu (depois veio o Wii U e ganhou essa posição inglória). Pensei que a moça estava perguntando por educação e nem ia ouvir a resposta.
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Mas disse “um Gamecube”. E ela falou “Que legal, eu queria um Gamecube. Tenho um Playstation 2”. E já se vão mais de 10 anos de amizade.
A historinha é para dizer como os games podem ser o ponto de partida para você conhecer alguém bem legal. E, quem sabe, alguém que goste tanto deles quanto você.
Por isso, não tenha vergonha, tenha orgulho. Assim como outras coisas na vida, quanto mais você aceitar você mesmo, com o seu hobby, melhor. Mesmo tendo quem insista em achar “esquisito”, mais pessoas vão entender que tem muita gente que gosta de videogames e não há nada de mais nisso.

O fato de alguém gostar de games não significa que outros hobbies, talvez mais tradicionais, possam desaparecer ou estejam ameaçados. Portanto, não faz sentido nenhum que algum mala tente fazer você se sentir mal por algo que lhe traz muita alegria.
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Por isso, não foque a sua atenção nos chatos de mente fechada que não aceitam os games. Diga que você gosta mesmo, seja você mesmo. As pessoas admiram quem é autêntico. Ser honesto com você mesmo e com os outros sobre o quanto os videogames são importantes para você, não só vai lhe trazer paz com você mesmo, como pode ser também o ponto de partida para conhecer outras pessoas que virão a ser essenciais para você.