Estou há tempos para falar sobre um jogo recente do qual eu gostei demais, o Metroid Dread. Aproveitando que ele deu as caras na mais nova apresentação da Nintendo, com mais modos de dificuldade, bora fazer uma análise deste game, que foi um dos destaques de 2021.
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Eu esperava bastante deste Metroid 2D, mas arrisco dizer que ele superou as minhas expectativas. A primeira coisa que me chamou muito a atenção foram as animações. Os movimentos da Samus estão muito bem feitos. Se você tem o game, segure o botão de mira e fique mexendo. Veja como a Samus olha, como ela mexe os braços e as pernas.
Essas animações não só são lindíssimas e enriquecem demais a parte gráfica do game, como ajudam a formar a personalidade da protagonista. Como já é tradicional nos Metroids 2D, ela não é muito de falar. Mas você percebe como ela está se sentindo e como ela explora o ambiente na linguagem corporal. Na forma como ela sobe e desce escadas, bem confiante; ou como ela aguarda, segurando o canhão do braço, sempre atenta, enquanto é transportada de um lado para o outro do planeta naquela espécie de bondinho.

Há algumas cinemáticas, mas sempre em locais que não atrapalham a jogatina. Ninguém vai interromper uma cena de ação legal para ficar de blá blá blá. A história é interessante. Confesso que fiquei confusa algumas vezes porque sempre gosto de voltar em áreas que já fui para tentar pegar itens que perdi antes, e daí acabo jogando muito tempo sem avançar no enredo. E aí, quando vem um novo segmento da história, já não estou tão ligada.
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O universo de Metroid sempre foi muito legal, mas, vamos lá, você está aqui pela gameplay. E eu achei muito legal o que fizeram aqui. O estúdio que fez este jogo é o Mercury Steam, uma desenvolvedora espanhola, a mesma de Metroid Samus Returns. Se você jogou este título do 3DS, vai ter uma base para passar menos sufoco.
Achei muito legal o design das fases, feito de forma que você queira voltar com as novas habilidades. Mas aqui tem um porém, que vai depender de que tipo de jogador você é. Tem algumas partes em que você só terá um caminho para avançar, já que, para ir a outros locais, precisará de habilidades que ainda não tem.
Talvez para você isso soe um pouco limitador demais, dependendo de como você gosta dos seus metroidvanias. Veja, este jogo não é linear, mas também não é totalmente aberto. Eu li quem criticou esse aspecto do game. Entretanto, para mim, o único Metroid que é totalmente aberto é o primeiro, de 1986. Já no Super Metroid não me lembro de ficar perdida.

Vamos falar um pouco da dificuldade, que talvez você já saiba que causou certa polêmica, com o criador do God of War falando que Metroid Dread é difícil. Bem, eu diria que o jogo não é fácil não. É certamente mais difícil do que o primeiro God of War. Mas não se desespere, e isso é algo que você vai ter que dizer a si mesmo em algumas partes do game.
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Vão ter chefes que você vai pensar “que absurdo! Impossível!”. Contudo, não desista. Como em outros jogos da série, você vai morrer em segundos, aprender, e sobreviver mais um pouquinho. Depois, vai morrer de novo, e ver mais um movimento do chefe, pensar uma outra estratégia. Faz parte de um Metroid.
> Pensando Sobre Games: Metroid
Neste jogo, também há o inimigo conhecido como E.M.M.I., aqueles robôs que aparecem no trailer. Essas partes para mim foram bem desafiadoras e a razão pela qual não pretendo jogar este game novamente tão cedo.

Se você não jogou Metroid Dread, a Nintendo lançou uma dificuldade menor, então dá para ir com mais calma. E também saiu um modo ainda mais difícil, chamado Dread, em que a Samus morre logo de cara, em vez de perder energia. Ou seja, não dá para errar, meu amigo, ou é game over.
Qualquer que seja a dificuldade que você quiser encarar, a nova aventura da Samus vale muito, na minha opinião. Estão aqui aquelas qualidades dos outros títulos da série, a solidão, o senso de desespero, de que ninguém vai te ajudar, aquelas batalhas de resistência com os chefes, para ver quem vai sobreviver mais tempo.
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> Pensando Sobre Games: dificuldade
Eu achei este o mais difícil dos Metroids 2D, com exceção do jogo original de 1986. Mas não deixe isso te assustar. Vá em frente e você será recompensado com uma gameplay divertida, que não segura sua mão, e com gráficos e animações lindas. Um dos melhores de 2021, do Switch e da série.
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